postado em 22/11/2009 16:43
São Paulo - O secretário de Dependência Química da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), Marco Antonio Bessa, classificou como precário o atendimento psiquiátrico no país, em especial para o dependente químico. %u201CNa psiquiatria de modo geral, nós temos uma desassistência aos pacientes psiquiátricos, e para os dependentes químicos é uma tragédia%u201D, afirmou em entrevista à Agência Brasil.
Segundo ele, em muitas cidades do interior existem apenas %u201Ccomunidades terapêuticas%u201D onde os doentes ficam aos cuidados de religiosos, mas não recebem o atendimento médico qualificado.
Ele atribui o problema à política de acabar com as vagas nos hospitais psiquiátricos, que reduziu em mais de 60% os leitos nessas unidades. %u201CNão foi criada uma estrutura alternativa de acolhimento desses pacientes%u201D, afirmou.
Bessa disse ainda que existe uma dupla desassistência em relação ao combate e prevenção às drogas no Brasil. Segundo ele, faltam políticas públicas para coibir o vício, principalmente o do álcool, e não existe tratamento adequado para os que já estão dependentes.
No início de novembro, o Ministério da Saúde anunciou a destinação de mais R$ 98,3 milhões para tratamento dos dependentes de álcool e outras drogas. Somados aos R$ 117 milhões anunciados em junho, os investimentos para o setor chegam a R$ 215,3 milhões. O valor permite, segundo o ministério, a criação de mais 73 centros de atendimento psiquiátrico, totalizando 1.467 em todo o país.
Ainda de acordo com o órgão, a rede de atendimento à saúde mental cresce cerca de 25% ao ano e se expandiu em 246% desde 2002.