Brasil

Sob proteção da PF

Assembleia Legislativa pede blindagem à irmã Geraldinha, que vem sofrendo ameaças de morte por lutar ao lado do MST

postado em 24/11/2009 07:00
Belo Horizonte ; A comissão de direitos humanos da Assembleia Legislativa de Minas Gerais vai pedir à Polícia Federal proteção para a freira Geralda Magela da Fonseca, de 47 anos, a irmã Geraldinha, que, conforme o Correio Braziliense revelou ontem, vive como foragida, devido a ameaças de morte que vem sofrendo. A comissão promoveu ontem à tarde audiência pública em Salto da Divisa, a 830 quilômetros de Belo Horizonte, no Vale do Jequitinhonha, para apurar as denúncias de ameaças contra a religiosa. Ela luta ao lado de 185 famílias de trabalhadores sem-terra que estão acampadas em uma fazenda da região.

As ameaças estariam sendo feitas por fazendeiros, antigos proprietários da área. Irmã Geraldinha, que há pelo menos um mês deixou Salto da Divisa para se proteger, retornou ontem à cidade e participou da audiência pública. Ela reafirmou que, em um único dia, recebeu três ameaças de morte por telefone. A reunião foi realizada na Câmara Municipal, na presença de 200 pessoas, a maioria trabalhadores sem-terra apoiados pela freira, que estão no acampamento da Fazenda Manga de Gustavo, mas lutam também pela desapropriação de uma área vizinha, a Fazenda Monte Cristo, com 1.368 hectares, que pertence originalmente à Fundação Tinoco Cunha Peixoto.

Participaram da reunião representantes da Comissão de Pastoral da Terra (CPT), do MST, polícias Militar e Civil, juntamente com o procurador Afonso Henrique Teixeira, coordenador do Centro de Apoio Operacional de Conflitos Agrários e o bispo de Almenara, dom Hugo Maria van Steekelenburg.

O presidente da comissão de direitos humanos, deputado Durval Ângelo, disse que irmã Geraldinha deve ser uma das primeiras incluídas em um programa de proteção aos defensores dos direitos humanos em Minas. Mas a diretora do Escritório de Direitos Humanos da Secretaria de Defesa Social (Sedese), Maressa da Silva Miranda, disse que irmã Geraldinha já está inscrita no programa federal, mas que o convênio com o estado só deve ser implantado em fevereiro de 2010. Assim, Durval Ângelo afirmou que imediatamente será feito pedido à Polícia Federal para que até lá a freira ameaçada seja protegida pela PF.

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