Apesar das perspectivas negativas, Temporão assinalou que ações de combate à dengue resultaram na redução de 63% do número de mortes, 46% do número de casos da doença e 80% dos casos considerados graves em relação a 2008. Dos dez municípios em risco de surto, quatro estão na Região Sudeste (Governador Valadares e Ipatinga, em Minas Gerais, e Barretos e Presidente Prudente, em São Paulo), quatro na Região Nordeste (Camaçari, Ilhéus e Itabuna, na Bahia, e Mossoró, no Rio Grande do Norte), um na Região Norte (Palmas, no Tocantins), e um na Região Centro-Oeste (Cáceres, no Mato Grosso). Camaçari, Itabuna e Mossoró já figuravam nessa lista no ano passado.
Gripe H1N1
A exemplo da dengue, o número de casos da gripe H1N1 experimentou uma redução este ano. Temporão afirmou que essa queda é sustentada, mas admitiu que o Brasil vem se preparando para uma nova onda da doença, procurando não só estocar medicamentos, como também viabilizar a produção (pelo Instituto Butantã, em São Paulo) e a compra da vacina.
O início da vacinação contra a H1N1 no país foi o primeiro questionamento feito pela presidente da CAS, senadora Rosalba Ciarlini (DEM-RN), ao ministro da Saúde. Segundo Temporão, isso só deverá começar entre março e abril de 2010. Atualmente, a estratégia de combate à doença conta com um crédito extra de R$ 2,1 bilhões. O ministro adiantou também já ter sido feito o pregão para a compra de 40 milhões de doses dessa vacina, devendo do Instituto Butantã viabilizar a produção de mais 20 a 33 milhões de doses.
Meningite C
Ainda sobre imunização, o senador Wellington Salgado (PMDB-MG) indagou sobre o fornecimento de vacinas contra a meningite C à população de Araguari (MG), que, assim como outros municípios mineiros, vem registrando aumento de casos da doença. Temporão confirmou o início da vacinação das crianças no estado - a vacina contra a meningite C não faz parte do Programa Nacional de Imunização (PNI) e cada dose em clínicas privadas custa de R$ 120 a R$ 200 -, mas descartou a indicação de vacinação universal nas áreas com registro de casos da doença.
Temporão admitiu que a solução para o problema seria a incorporação da vacina no PNI, que tem custo estimado de R$ 300 milhões por ano. Enquanto a vacina contra a meningite C não entra no calendário nacional, informou o ministro da Saúde, passará a ser oferecida gratuitamente, a partir de 2010, a vacina que previne contra a meningite bacteriana, a otite média e a pneumonia. Conforme revelou Temporão, acordo de cooperação tecnológica entre a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e o laboratório GlaxoSmithKline (GSK) irá possibilitar a produção da vacina conjugada infantil para pneumococo no país. Hoje, a dose da vacina em clínicas particulares custa R$ 500.