postado em 29/11/2009 15:50
Não há risco de o Brasil sofrer um ;caladão;, ou seja, uma interrupção ampla nos serviços de telecomunicações. Essa é a opinião de empresários do setor que estiveram reunidos em um seminário na última semana em Brasília para discutir investimentos e competição. De acordo com o diretor de Estratégia Cooporativa da OI, João de Deus, as empresas têm investido em novas tecnologias, segurança e dispositivos que permitem atender à demanda brasileira. Além disso, segundo ele, as redes das empresas e dos diferentes tipos de serviços são independentes umas das outras, o que impede que haja um apagão generalizado nas comunicações. ;As redes são paralelas. Por exemplo: quatro operadoras móveis são quatro redes diferentes. Então se uma para, as outras três continuam funcionando. Não é como no sistema elétrico que só tem tem uma rede que é responsável por tudo. No caso de telecomunicações são várias redes sobrepostas;, explicou o executivo.
O diretor de assuntos regulatórios da Vivo, Ércio Zilli, concorda que ;no momento, não chegamos ao ponto; de um colapso no sistema. Apesar disso, ele reconhece que a demanda brasileira por telefonia e internet móveis surpreendeu até os mais otimistas. ;O planejamento da rede foi feito com base em parâmetros internacionais, no Brasil eles excederam totalmente esses parâmetros. Se você olhar por essa ótica eles [os consumidores] surpreenderam nesse nível;, afirmou Zilli.
Essa demanda se traduz em sobrecarga na rede que faz esses serviços chegarem ao consumidor. E sobrecarga significa baixa velocidade de internet. ;O que a gente vê é o seguinte: é necessário definir planos e serviços não baseados em velocidade e sim por quantidade de tráfico. Isso é mais adequado à realidade do mercado em função de não se poder garantir a velocidade;, completou o executivo da Vivo.
A possibilidade de colapso partiu do presidente da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), Ronaldo Sardemberg. Ele admitiu que uma comissão está se reunindo para avaliar essa possibilidade e as soluções, em caso de necessidade. A notícia surgiu logo depois de o ministro das Comunicações, Hélio Costa, apresentar ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva um plano de universalização da banda larga no Brasil.