Jornal Correio Braziliense

Brasil

Menos alunos no ensino básico

Pesquisa revela queda no número de matrículas no nível fundamental, mas registra maior procura pelo regime integral

Apesar da redução de 1,2% (652.416 estudantes a menos) nas matrículas da educação básica em 2009, comparando-se com o ano passado, houve crescimento de 21% dos alunos inscritos no regime integral. Nessa modalidade, já são quase 2,2 milhões de jovens, enquanto no ano passado eram 1,8 milhão. Entre as unidades da federação, o Distrito Federal lidera o ranking com o maior crescimento no número de matrículas no ensino médio. Em Brasília e suas regiões administrativas, a elevação nesse segmento foi de 15% ; passaram de 91.277 para 104.949. Os dados integram o Censo Escolar 2009, divulgado ontem pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), órgão ligado ao Ministério da Educação (MEC). Questionado sobre a queda no número de matrículas, o presidente do Inep, Reynaldo Fernandes, atribuiu a redução de estudantes à queda da taxa de natalidade e da repetência. ;A diminuição das matrículas, que caíram de 53.232.868 em 2008 para 52.580.452 em 2009, está relacionada à redução das taxas de natalidade no país, o que provocou um decréscimo também na população em idade escolar. A correção de fluxo também pode ter contribuído. Com menos repetência, há uma queda no ;estoque; de alunos da educação básica;, explica. Denominado Censo Escolar da Educação Básica, o levantamento revelou ainda que 59% dos estudantes que iniciam o ensino fundamental já estão matriculados no modelo de nove anos, criado em 2005. O índice representa um acréscimo de 12,5% em relação ao ano passado. A implementação do novo regime deve ser iniciada pelas instituições de ensino até o próximo ano. A mudança ampliou em um ano (1; ao 9;) o tempo de duração do antigo ensino fundamental, que era da 1; à 8; série. ;A ampliação precisa ser iniciada até 2010, mas não é necessário que esteja finalizada até essa data;, diz Fernandes. Outro dado que integra o censo escolar é o aumento de 60% nas matrículas da educação inclusiva. ;Isso mostra que mais alunos deficientes estão frequentando as salas de aula;, observa a diretora de Estatísticas Educacionais do Inep, Maria Inês Pestana. Ao analisar o regime integral de educação, ela diz que as escolas, de fato, estão oferecendo cada vez mais atividades alternativas. ;Espero que a inclusão de disciplinas sobre educação profissional e cultural cresça em todos os estabelecimentos.; Computador O levantamento, que compilou informações de 197.468 estabelecimentos de ensino de todo o país, mostrou ainda que 89% das escolas de ensino fundamental têm computador. O acesso à conexão banda larga é oferecido a 57% dos estudantes. No ensino médio, a informatização atinge 92% dos estabelecimentos de ensino. ;Das 25,9 mil escolas desse segmento, 22,9 mil têm computador;, acrescenta. A explicação para o caso do DF, que registrou o maior aumento de matrículas no ensino médio entre todas as unidades da federação, segundo a diretora do Inep, está na alta escolarização da população. ;Em Brasília e suas regiões administrativas, a continuação dos estudos é muito mais fácil do que no restante do Brasil;, lembra. A educação básica engloba estudantes da educação infantil (creche e pré-escola), do ensino fundamental (1; ao 9; ano ou 1; à 8; série), do ensino médio, da educação profissional, da educação especial e da educação de jovens e adultos, nas etapas de ensino fundamental e médio.