Rio de Janeiro - Policiais militares do Batalhão de Choque entraram hoje (2) na Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) em Manguinhos, na zona norte do Rio, para conter uma manifestação de cerca de 800 trabalhadores de empresas contratadas para manutenção e limpeza da instituição. Os funcionários terceirizados reivindicavam o pagamento em dia de salários, férias, décimo-terceiro e outros benefícios.
Houve tumulto na entrada da Escola Nacional de Saúde Pública da Fiocruz. Os manifestantes atiraram pedras nos policiais, que reagiram lançando bombas de efeito moral e gás de pimenta. Alguns PMs atiraram para o alto.
Segundo Guilherme de Jesus, de 27 anos, operador de máquinas, os funcionários terceirizados estão há 13 anos sem receber seus direitos trabalhistas. ;Não tem décimo-terceiro, férias, nada, nada. O pessoal hoje queria fazer uma manifestação pacífica. Ninguém quebrou nada, não jogou pedra em ninguém para ter essa baderna toda. Simplesmente eles chegaram com a tropa de choque agredindo todo mundo e dando tiro de borracha, sem perguntar nada;.
O protesto dos funcionários terceirizados da Fiocruz começou por volta das 9h. Eles fecharam duas pistas da Rua Leopoldo Bulhões, em Manguinhos. Policiais militares do 22; Batalhão (Maré) e do Batalhão de Choque estiveram no local e dispersaram o grupo. Um funcionário identificado como Marcelo Sacramento, de 34 anos, foi detido e levado para a delegacia de Bonsucesso. Revoltados, os manifestantes foram para dentro da Fiocruz, onde iniciaram outro protesto, desta vez contra a prisão de Marcelo.
A confusão só terminou no fim da manhã com a interferência do vice-presidente da Fiocruz, Pedro Barbosa. Ele reconheceu a existência de passivos trabalhistas e prometeu negociar com a empresa terceirizada que, segundo informou, já foi afastada da instituição e os funcionários absorvidos por outra companhia.
;De fato houve um problema com a empresa tercerizada responsável pela manutenção e limpeza do campus da Fiocruz em Manguinhos, que começou a descontinuar o pagamento aos funcionários em agosto, mas que já foi resolvido. Nós entramos com um processo mediado pela Justiça do Trabalho. Porém, infelizmente, essa empresa deixou um passivo com os trabalhadores, que esperamos resolver o mais rápido possível;, explicou Barbosa.
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