;Temos ainda lacunas, principalmente porque se trata de uma violência que, via de regra, é muito mais praticada no ambiente familiar. Isso envolve uma mudança cultural, para combater a ideia de que uma palmadinha não dói, bater no filho é educar, se não bater não resolve;, disse Carmen, antes da palestra sobre gestão política, durante a 8; Conferência Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente.
Segundo ela, o conselho apontará, por meio do plano decenal para a política nacional de promoção, proteção e defesa dos direitos infantojuvenis, a necessidade da aprovação de um projeto de lei que seja mais eficaz contra os agressores de crianças. ;O Conanda vem trabalhando na criação de uma rede de enfrentamento dos castigos corporais, que se chama Rede Não Bata, Eduque;, acrescentou.
O relator da Criança da Comissão Interamericana de Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos (OEA), Paulo Sérgio Pinheiro, ressaltou que é essencial proibir por lei a violência, seja no ambientes escolar, familiar, nas instituições de cuidados das crianças, ou na comunidade.
;É preciso dar continuidade às políticas de assistência às crianças e aos adolescentes, proibindo por lei a prática da violência. A lei ajuda a mobilizar e a agir contra o autoritarismo que ainda existe nas relações entre os adultos e as crianças no Brasil. Não precisa mudar o ECA [Estatuto da criança e do Adolescente], apenas implementar os princípios dele, fazendo com que cada vez mais as autoridades tenham a consciência de sua obrigação de respeitar os direitos da criança;, destacou o relator.