A Polícia Federal e o Serviço de Segurança Diplomática da Embaixada americana no Brasil desbarataram ontem um grupo que fraudava a emissão de vistos para os Estados Unidos. A Operação Terra do Nunca prendeu cinco pessoas em Goiânia e Anápolis ligadas a uma agência de turismo onde documentos eram alterados. Além da embaixada em Brasília, o grupo também se utilizava do consulado em São Paulo para tentar o documento de entrada nos EUA.
Segundo a PF, o grupo preso em Goiás vendia os vistos americanos por cerca de R$ 7,5 mil (ou US$ 4,2 mil). Para tirar o documento, eram falsificadas declarações de Imposto de Renda, onde eram inseridos dados fictícios do requerente e, em seguida, seguia para a embaixada, em Brasília, ou para o consulado na capital paulista. A descoberta da fraude aconteceu por causa de uma denúncia das autoridades dos Estados Unidos, que alertou a Polícia Federal. O trabalho foi acompanhado pelo Serviço de Segurança Regional a Unidade Consular de Prevenção a Fraudes dos EUA.
Segundo a Embaixada dos Estados Unidos no Brasil, a falsificação de documentos para a emissão do visto prejudica não apenas quem compra o documento mas também encarece os serviços consuladores. ;A embaixada encoraja todos a denunciarem por e-mail ou por meio do disque-denúncia (3312-7060) o mau uso de vistos ou o abuso no processo de solicitação;, afirmou a representação diplomática, em nota.
Mato Grosso do Sul
Pela segunda vez em menos de uma semana, a Polícia Federal desbaratou um forte esquema de tráfico de drogas comandado pela organização criminosa PCC, a partir de presídios de segurança máxima. Ontem, a PF desencadeou a Operação Caiman II, prendendo 33 pessoas em Campo Grande, Três Lagoas e Paranaíba, em Mato Grosso do Sul. A investigação identificou que a quadrilha é composta por cerca de 80 pessoas que também tinham ligação com outros tipos de crimes, como homicídios e assaltos.
A ação policial mostrou que a facção criminosa paulista está com ramificações em Mato Grosso do Sul, atuando principalmente no tráfico de cocaína boliviana. As investigações começaram em torno de duas pessoas em Três Lagoas, mas a prisão só aconteceu ontem pelo fato de a dupla nunca ter tido contato direto com a droga. Segundo a PF, o comando do esquema era feito por três detentos de um presídio de Campo Grande, que adquiriam a droga na fronteira com a Bolívia e enviavam até Três Lagoas, onde haviam outras pessoas para receber e distribuir cocaína e maconha.
O esquema envolvendo o PCC é o segundo descoberto em uma semana. Na última quarta-feira, a PF realizou a Operação Campestre em seis cidades de São Paulo, prendendo 17 pessoas, algumas delas ligadas diretamente à facção criminosa, que atuavam na guarda e no refino de cocaína boliviana no interior do estado. A droga vinha da região de Pedro Juan Caballero, no Paraguai, e Ponta Porã (MS) e a compra era intermediada por um comerciante brasileiro. Conforme a investigação da PF, o PCC adquiria a cocaína usando contas bancárias em nomes de fantasmas ou de laranjas. Além disso, carros roubados serviam como moeda de troca.
A PF já prendeu, em uma semana, 75 pessoas envolvidas diretamente no tráfico de drogas internacional, principalmente com cartéis bolivianos. Na última sexta-feira, durante a Operação Campos do Norte, em Mato Grosso, foram detidas 25 pessoas supostamente ligadas a um grupo que trazia a droga de avião e lançava em fazendas e estradas do estado. <--
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O número
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--> R$ 7,5 mil
Valor dos vistos vendidos pela quadrilha começava em R$ 4,2 mil, mas podia quase dobrar, dependendo da época