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Secretário de Segurança do Rio diz que Polícia Pacificadora não é pirotecnia

postado em 16/12/2009 16:56
Rio de Janeiro - O secretário estadual de Segurança do Rio de Janeiro, José Mariano Beltrame, disse nesta quarta (16) que a instalação das Unidades de Polícia Pacificadora (UPP) no estado não é ;um ato pirotécnico; e que, por isso, não pode ser um processo feito com pressa. A UPP é um projeto do governo fluminense que prevê a instalação de postos de policiamento comunitário em favelas, com o objetivo de retomar, das mãos de quadrilhas armadas, o controle dessas áreas.

;O nosso foco, a nossa meta é a continuidade das UPPs. Mas isso não é um ato pirotécnico, não é um ato feito com achismo. Isso é um ato pensado. Existe planejamento. A gente está subindo um degrau de cada vez. A gente vai conquistar a população, dando a ela a liberdade de ir e vir. Mas mais do que isso, através da postura e da atitude da polícia, que as pessoas percebam que a polícia é uma parceira, que ela está ali presente e que vai ficar;, disse Beltrame.

De acordo com o secretário, há um cronograma de expansão dessas unidades pelo estado. A Polícia Pacificadora está hoje presente em cinco favelas cariocas: Dona Marta, Chapéu Mangueira e Babilônia, na zona sul da cidade; Cidade de Deus, em Jacarepaguá; e Batan, na zona oeste.

Outras duas favelas da zona sul, Cantagalo e Pavão-Pavãozinho, estão em processo de implantação da UPP. Mais duas comunidades da zona sul receberão a UPP em breve, Morro dos Cabritos e Ladeira dos Tabajaras.

Hoje, as polícias Civil e Militar fizeram uma operação para desarticular o restante de uma quadrilha que vendia drogas na Cidade de Deus antes da ocupação da favela pela UPP, no final do ano passado. Apesar da Polícia Pacificadora, ainda havia focos de venda de drogas na comunidade.

Para desarticular a quadrilha, a Justiça decretou mandado de prisão para 38 pessoas, das quais 15 são acusadas de manter ligação com a venda de drogas na favela de dentro de presídios. Entre os outros 23 mandados de prisão, sete foram cumpridos hoje. Uma pessoa foi presa em flagrante. Dos 16 foragidos, a polícia acredita que nove estão escondidos no complexo de favelas do Alemão, na zona norte da cidade.

Segundo o secretário de Segurança, a diferença da operação na Cidade de Deus para as operações que acontecem em favelas que não têm UPP foi a pouca resistência oferecida pela quadrilha. Isso porque, segundo Beltrame, o grupo criminoso que atua na comunidade não faz mais uso de fuzis, devido à presença policial permanente no local.

Como prova disso, o secretário explica que não houve troca de tiros durante a operação e que a polícia encontrou com os criminosos apenas três revólveres, em vez de fuzis e metralhadoras. ;A importância da unidade pacificadora é justamente quebrar a lógica do território imposto por armas de guerra;, disse Beltrame.

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