Brasil

Estrangeiros lavaram R$ 30 mi em Natal

Espanhol preso ontem é apontado como líder de quadrilha internacional que aplicou no RN o lucro com o tráfico de drogas

Paulo de Sousa
postado em 17/12/2009 19:00
Um espanhol, identificado somente pelas iniciais S.C.A, é apontado pela Polícia Federal como líder de uma organização criminosa internacional de narcotráfico que lavava dinheiro em Natal, através de uma rede de 12 empresas, inclusive uma escola, e de compra de imóveis regiões valorizadas, como Ponta Negra. Ele foi preso na manhã de ontem, em Barcelona, na Espanha, juntamente com sua esposa - de nacionalidade cubana -, durante a chamada "Operação Cristal". Outros dois envolvidos, apontados também como chefes do esquema criminoso, foram presos em Madri e em Cuba. Estima-se que o dinheiro lavado pela quadrilha na capital potiguar tenha chegado a R$ 30 milhões.

O superintendente da PF do Rio Grande do Norte, o delegado Marcelo Mosele, explica que a organização transportava cocaína da Venezuela para a Espanha, por meio de embarcações, principalmente para a região de Ibiza, onde era comercializada. O dinheiro apurado do tráfico nesse país era trazido para Natal por pessoas"muitas vezes escondendo junto ao corpo, em suas roupas, entrando na cidade pelo aeroporto mesmo". Esse valor então era investido na compra de imóveis ou na criação de empresas do ramo do entretenimento, como bares e restaurantes, ou em construtoras ou, até mesmo, na administração de um colégio na capital potiguar.

Rede

O delegado federal Joselito de Araújo, que chefiou as investigações, explica que a organização criminosa, chefiada pelo espanhol, montou uma rede de mais de 12 empresas para lavar o dinheiro em Natal. E nem todas elas estavam no nome de S.C.A., mas de "laranjas". Uma dos empreendimentos no nome do líder do narcotráfico é a boate Azúcar, que funcionava em Ponta Negra - onde pessoas entrevistadas pelo Diário de Natal disseram que o espanhol se chama Salvatore (leia matéria na página 8) -, e que hoje foi transformado num complexo de pequenas lojas. "O nome da operação, faz referência ao da boate". Segundo o delegado, o líder também associava-se com empresários na capital potiguar, bem como tinha relação com outras pesoas já investigadas em operações anteriores, como a "Escambo". "Alguns também têm nacionalidade espanhola".<--# GFO FIM TEXTO GFO #-->

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