Brasil

Menina de 4 anos é morta a tiro

Criança estava no colo do padrasto quando desconhecido atirou. Tio da menina acusa cunhado de tê-la usado de escudo

Paulo de Sousa
postado em 18/12/2009 15:42
A dona de casa Josineide do Nascimento Venâncio, 45 anos, ainda tenta entender os momentos de terror que viveu na noite da quarta-feira, quando um homem atirou contra o peito de sua neta, Taísa do Nascimento Venâncio, quatro anos, que estava no colo do padrasto da menina, o desempregado Valdecir Virgílio da Silva, 22, enquanto todos assistiam televisão na sala da sua casa, na Rua Governador Augusto de Souza, no bairro de Felipe Camarão, Zona Oeste de Natal. O tio da criança, o flanelinha Joene do Nascimento Venâncio, 25, que também estava na casa no momento do crime, afirma que o assassino procurava matar o padrasto da garota, mas esse teria puxado a menina para servir de escudo. O suspeito, identificado pela família como "Didongue", continua foragido. Essa é a segunda criança que é morta por engano na capital potiguar em menos de um mês.

Josineide Venâncio conta que, por volta das 21h da quarta, ela aguardava sua filha, a dona de casa Jaisa do Nascimento Venâncio, 22, servir o jantar, enquanto assistia televisão com as duas netas e o padrasto das crianças. Segundo ela, o suspeito já teria se aproximado de sua casa rendendo os populares que passavam pela rua e atirando contra o imóvel. "Só escutei os tiros e via a labareda saindo da arma. Não coloquei o rosto para fora, para não ser atingida. Ele não entrou aqui porque a grade da porta estava fechada". A avó da vítima relata que, mesmo ferida, Taísa ainda caminhou até o corredor, antes de tombar, morta com um tiro no peito.

A dona de casa informa ainda que Valdecir Virgílio foi atingido com um tiro na perna direita e socorrido para o Hospital Walfredo Gurgel. O suspeito fugiu, sem deixar pistas. O tio da garota, Joene Venâncio, afirma que o padrasto teria agarrado a menina, que brincava na sala, e trazido para junto do peito, usando-a como escudo contra as balas. Ainda segundo ele, o alvo do atirador era mesmo Valdecir, pois "Didongue" teria uma rixa antiga com o desempregado. "Há alguns meses eles tiveram uma briga aquina rua, junto com o irmão de Didongue".

Tráfico

Joene Venâncio afirma que o suspeito e o irmão são traficantes de drogas da favela do Fio, há apenas alguns metros de sua casa. O flanelinha assegura, porém, que a rixa com seu cunhado não tinha a ver com o narcotráfico. "Isso é uma desavença entre eles mesmo". O tio da menina revela ainda que Valdecir não retornou para casa após ter sido atendido no hospital. "Ninguém o viu mais depois que saiu do hospital. Não sabemos onde ele está.

Ontem pela manhã mesmo o corpo da menina foi velado numa casa da comunidade. A mãe, Jaisa Venâncio, muito abalada, preferiu não comentar sobre o crime. Já a avó espera que a polícia encontre o responsável pela morte de sua neta. "Estamos muito tristes com tudo isso, pois Taísa era uma menina muito alegre, contente, e não merecia pagar por uma coisa que ela nada tinha a ver". O assassinato de Taísa Venâncio será investigado pela Delegacia Especializada de Defesa da Criança e do Adolescente (DCA).

Memória

No último dia 30, a menina Maria Eduarda Sabino, 4, foi morta com um tiro após um tiroteio na Rua da Floresta, Rocas. Segundo a mãe dela, Andréia de Lima Cirino, ela estava com sua filha, uma irmã e sobrinhos em frente da casa, quando houve um tiroteio na esquina da rua onde mora. A delegada Antônia Deusa dos Santos, da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher, conversou com o pai da criança, e ele teria afirmado que Andréia seria o verdadeiro alvo. De acordo com a delegada, o casal seria conhecido do suspeito de ter matado Samuel Carlos Anderson Vasconcelos, 21, nas Rocas. O irmão desse jovem, identificado como Sanderson teria ouvido o boato de que a mãe da criança teria mandado matar Samuel Carlos, e por isso quis se vingar.<--# GFO FIM TEXTO GFO #-->

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação