postado em 02/01/2010 07:00
São Paulo registrou 81 ocupações de terra em 2009, o maior número desde 1997, quando os conflitos fundiários passaram a ser contabilizados pela Comissão Pastoral da Terra (CPT) da Igreja Católica. É a segunda vez que o estado lidera o ranking no Brasil - a outra foi em 2007, com 75 ocupações. Alagoas, segundo colocado, teve 31 invasões. Este ano, São Paulo superou as 76 ações ocorridas nos nove estados da Região Nordeste. Apenas em 1998, durante a gestão de Fernando Henrique Cardoso, São Paulo alcançou número próximo, com 78.
O número de assentamentos federais no estado cresceu de 43 em 2003 para 109 em 2009. A média anual de ocupações em São Paulo quase dobrou no governo Lula, se comparada com o governo FHC. No país, o aumento na média anual de um governo para outro foi de 11,9%.
Para o presidente da União Democrática Ruralista, Luiz Antonio Nabhan Garcia, São Paulo passou a ser o principal alvo dos movimentos sociais porque tem as terras mais valorizadas. "Faz tempo que essa reforma agrária virou comércio de terra", considera. Afastado do comando do MST, José Rainha Júnior, um dos fundadores do movimento, atraiu dissidentes e passou a realizar ações conjuntas com sindicatos rurais. "O fazendeiro que produz pode ficar tranquilo, mas toda área que for vistoriada e considerada improdutiva, vamos ocupar", disse.