Brasil

PM encontra trabalhadores em condições subumanas em BH

Ivan Satuf
postado em 05/01/2010 10:49
Trabalhadores foram seduzidos por promessa de emprego na capitalA polícia encontrou, na madrugada desta terça-feira, 16 trabalhadores vivendo em condições precárias no Bairro São Francisco, na região da Pampulha, em Belo Horizonte. O grupo chegou do Vale do Jequitinhonha no final de dezembro com promessa de emprego na capital, mas foi alojado em um galpão sem nenhuma infraestrutura na Rua Estoril. Os homens contaram que foram contratados por um suposto empreiteiro que mantém contato com uma grande construtora. Ele foi até a cidade de Jequitinhonha e pagou o transporte de cerca de 30 pessoas para BH. Eles chegaram em 28 de dezembro, mas parte do grupo já retornou à cidade de origem após constatar as falsas promessas. O empreiteiro teria garantido vagas para pedreiro e carpinteiro, com salários entre R$ 600 e R$ 800. No entanto, ninguem chegou a trabalhar e os homens logo se viram em um pesadelo. A carteira de trabalho deles foi recolhida pelo golpista e, caso desistissem do ;emprego;, eles deveriam pagar R$ 250 de multa. Como se não bastasse, eles foram colocados em condições subumanas em um galpão nos fundos de um estacionamento. DRAMA No local não há qualquer preocupação com a higiene, a iluminação foi improvisada pelos próprios trabalhadores, tem poças de água no piso e infiltrações no teto. As vítimas do golpe são obrigadas a beber água do chuveiro. Veja outras imagens do local. O local foi descoberto por acaso. Na madrugada desta terça-feira, um dos homens caiu de um beliche improvisado e bateu com a cabeça. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi acionado e, ao observar a situação degradante dos trabalhadores, um integrante da equipe de resgate decidiu acionar a Polícia Militar. O empreiteiro responsável pelas contratações foi identificado apenas como ;Joel;. Na manhã desta terça-feira, um homem chegou ao local se dizendo proprietário do galpão. Irritado, ele chegou a agredir repórteres e cinegrafistas que registravam o drama dos trabalhadores. A polícia ainda não sabe qual o destino das vítimas do golpe. Eles querem a carteira de trabalho de volta e dizem que não têm dinheiro para voltar para Jequitinhonha. O suposto empreiteiro ainda não foi localizado.

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