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Moradores de bairro que estava isolado em Angra ainda têm problemas

postado em 05/01/2010 11:45
Angra dos Reis (RJ) - Os moradores da localidade de Vila Velha, em Angra dos Reis, que ficaram isolados por cerca de quatro dias, tentam reorganizar sua vida depois das chuvas que atingiram a cidade no fim da última semana. A área, que concentra mais de 300 pessoas, ficou ilhada depois que o único acesso ao local, a Estrada do Contorno, foi bloqueado por diversas quedas de barreira, entre a noite do dia 31 e a madrugada do dia 1;.

A energia elétrica já foi restabelecida e o acesso reaberto, mas os moradores ainda reclamam da falta de água, da queda das linhas telefônicas e da ausência dos ônibus, que não circulam pelo local, distante cinco quilômetros do centro, desde quinta-feira (31).

;Quando começou aquela chuva forte e eu vi tudo caindo, pensei: é agora que São Pedro vai acabar com tudo. Pensei que Vila Velha ia acabar naquela hora;, disse Geraldo Arcanjo, de 55 anos, que mora há mais de 20 anos na localidade.

Na Estrada do Contorno, equipes de limpeza e da Defesa Civil mantinham máquinas na pista, retirando pedras, barro e plantas. Moisés Nogueira, de 50 anos, além de ficar isolado em Vila Velha, ainda teve que deixar sua casa, já que ela fica próxima a um barranco que deslizou. ;Fui para a casa do meu sobrinho aqui na vila mesmo. Foi triste, porque não tinha nada, não tinha como chamar ninguém, porque não tinha telefone, água luz, nada;, disse.

O filho de Geni Macedo Frauches é vizinho de Moisés. Ela não mora em Vila Velha, mas havia ido visitar o filho e acabou ficando ;ilhada;. Ela estava dentro da casa, quando uma pedra rolou para cima da residência e quebrou uma das paredes. ;Quando fui correr, caí e machuquei uma perna. Comecei a passar mal. Ficamos abrigados na igreja e só consegui sair da cidade no domingo, em uma embarcação do Colégio Naval;, disse ela, que estava de volta a Vila Velha hoje (5).

O comerciante Arilson Oliveira, de 36 anos, tem um restaurante à beira da estrada do contorno. Ele reclamou dos prejuízos que teve com a falta de luz, já que sua geladeira parou de funcionar. Oliveira entrou com a reportagem da Agência Brasil em um condomínio de luxo próximo à localidade, que também ficou ilhado.

Segundo ele, os proprietários das casas largaram os carros no condomínio e saíram do local de barco, assim que começou a chover. Uma das casas teve o píer destruído, depois que um barranco deslizou sobre o terreno.

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