Angra dos Reis (RJ) - Depois de oito dias da tragédia da madrugada do dia 1; deste mês no município de Angra dos Reis, quando 52 pessoas morreram em consequência de desabamentos provocados pelas fortes chuvas que atingiram a cidade, os bombeiros ainda procuram os corpos de dois desaparecidos.
Um deles é a menina Alexandra, de 11 anos, filha do ajudante de obras Jorge Carvalho, de 43 anos, que perdeu a mulher e cinco dos oito filhos, entre eles um bebê de oito meses, no deslizamento de terra no Morro da Carioca. O outro é o de Roseli Pedroso, moradora da Enseada do Bananal, na Ilha Grande, onde mais 31 pessoas morreram em conseqüência dos desmoronamentos. Os bombeiros acreditam que o corpo de Roseli esteja sob uma enorme pedra que rolou junto com a lama pela encosta, destruindo várias casas e a Pousada Sankay. As equipes da Defesa Civil e do Corpo de Bombeiros reiniciaram hoje (8) de manhã as buscas nos dois locais, onde foi confirmada até agora a morte de 52 pessoas. Ontem, choveu forte nas imediações da cidade, mas fora dos dois principais pontos da tragédia.
Nesta sexta-feira, Angra amanheceu com tempo bom e sol forte. Faz muito calor na cidade, cujas encostas cercadas por casas, muitas em áreas consideradas de risco, mostram os estragos causados pela chuva: há rasgos imensos em meio às matas e em alguns pontos lonas negras sinalizam a interdição de moradias sob risco de desabamento. Enquanto as equipes de busca continuam o trabalho, a cidade procura retomar a rotina e recuperar sua atividade principal: o turismo. Ontem, a empresa de turismo (TurisAngra) reuniu reuniu representantes de operadoras, empreendedores e donos de pousadas no Centro de Estudos Ambientais (CEA) para debater a situação do setor e tentar levantar os prejuízos decorrentes da tragédia.