São Paulo - Nos primeiros oito dias de janeiro, choveu em São Paulo 49% do que estava previsto para todo o mês. As fortes tempestades e pancadas de chuvas têm causado transtornos aos moradores. No bairro Jardim Romano, na zona leste da capital, as ruas e casas estão alagadas há quase um mês.
"As pessoas estão desiludidas e cansadas com tantos problemas. Chegamos no nosso limite", disse o presidente da Associação dos Moradores da Vila Aimoré, Raimundo dos Anjos Brito.
Para o geógrafo do Instituto Geológico (IG), ligado à Secretaria Estadual do Meio Ambiente, Jair Santoro, é preciso reavaliar a forma de ocupar o solo. "Sempre chove nesta época do ano. O que precisamos é repensar o uso e a ocupação do solo, que está desordenada", afirmou.
De acordo com o especialista, todas as cidades - tanto as grandes quanto as pequenas - estão crescendo sem planejamento. "Planos diretores devem ser prioridade das administrações para evitar que as pessoas migrem para áreas de riscos", explicou.
Santoro também pontuou que a população deve receber orientações para lidar melhor com o meio ambiente. "A população é muito mal educada, joga cavalo morto, carro usado, tudo o que quer nos rios. Assim não há drenagem que aguente, por isso os rios e córregos enchem", disse.
"Não podemos parar as chuvas, mas com estes cuidados evitaríamos mortes e enchentes em eventos como estes pois não existe uma única causa, é uma somatória delas", avaliou.