Brasil

Polícia mineira terá armas não letais

Pedro Ferreira
postado em 09/01/2010 12:15
Estudo encomendado pela Secretaria de Estado de Defesa Social e divulgado na sexta-feira recomenda o uso, pela polícia mineira, de armas não letais para reduzir mortes de civis em confrontos. %u201CHá relatos que permitem interpretar que alguns policiais estariam usando armas de fogo apenas para evitar a fuga de suspeitos desarmados%u201D, alerta o coordenador da pesquisa, professor Ignácio Cano, do Laboratório de Análise da Violência da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj). %u201CIsso constitui uma violação aos princípios internacionais, segundo os quais o uso da arma de fogo tem de ficar restrito a casos em que há uma ameaça iminente contra a vida e a integridade do agente de segurança pública ou de terceiros%u201D, acrescentou Ignácio. O secretário de Estado de Defesa Social, Maurício Campos Júnior, disse que está em curso licitação para compra de armas não letais, como spray de pimenta e teaser. %u201CEntre o cacetete e a pistola ponto 40, você pode ter armamento não letal e ser capaz de impedir a fuga de um agente que esteja sendo perseguido, sem a necessidade de arma de fogo%u201D, disse o secretário. O estudo Letalidade no sistema de defesa social de Minas em 2008 concluiu que os confrontos de policiais e civis cairam de 200 em 2007 para 164 em 2008. As mortes de civis passaram de 74 para 51; as de policiais civis, de cinco para três, com aumento de 11 para 16 do número de PMs mortos nos conflitos. O número de feridos também caiu. No caso de civis, de 127 para 108 e de PMs, de 48 para 22. Muitos militares morreram durante a folga. O corregedor-geral da PM, coronel Cezar Romero, disse que vai mostrar para a tropa como proceder em horário de folga. A PM vai combater os serviços extras, conhecidos como bicos, feitos por militares. O professor disse que a pesquisa faz parte de um sistema de monitoramento que começou em 2005, levando em consideração casos de tiros que provocaram mortes ou ferimentos em participantes. %u201CA cobertura da imprensa também serviu de fonte, para identificar casos que não tenham sido comunicados pelas instituições policiais%u201D, disse Ignácio. Embora as mortes de civis tenham diminuído em 2008, aumentou de 16 para 20 o número de agentes assassinados entre 2007 e 2008. A PM se envolveu em 92,7% dos confrontos e a Civil, em (4,9%). Dos 20 agentes de segurança mortos, 11 estavam de folga. %u201CIsso significa que para o agent é muito mais perigoso fora do serviço do que no trabalho policial. Quando trabalha está acompanhado de colegas e usa colete à prova de balas e é mais protegido%u201D, disse o professor. O estudo recomenda uma análise detalhada das ocorrências de disparos acidentais. %u201CAlguns casos correspondem à luta corporal e há elementos que permitem pelo menos duvidar se todos foram realmente disparos acidentais ou houve algum caso intencional%u201D, afirmou Ignácio Cano.

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