Jornal Correio Braziliense

Brasil

Olimpíada de Português estimula o aprendizado e melhora o desempenho

De 22 de fevereiro a 30 de abril, escolas públicas de todo o país poderão se inscrever na Olimpíada de Português Escrevendo o Futuro. Realizado desde 2002 pela Fundação Itaú Social e, desde 2008, em parceria com o Ministério da Educação (MEC), o evento tem como objetivo estimular a leitura e o desenvolvimento da escrita na educação básica. Com o tema O lugar onde vivo, estudantes e professores vão trabalhar, nesta edição, textos de quatro gêneros.

A ideia de criar a competição surgiu em 2000, quando saíram os primeiros resultados do Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa), que mede a proficiência de matemática e de português, e o Brasil esteve nas últimas colocações. Diante desse resultado, como explica a diretora Ana Beatriz Patrício, o presidente da Fundação Itaú Social desafiou a sua equipe a alterar a aprendizagem da língua portuguesa. ;Assim, surgiu o Escrevendo o Futuro, que tem a proposta de ser bienal. O primeiro, em 2002, tinha como objetivo formar os professores para incentivar os alunos. Eles ganham materiais, participam de oficinas regionais e recebem orientações, tanto de como os alunos devem reescrever os textos quanto de como os professores devem orientar os estudantes;, explica. Ela destaca ainda que o MEC, desde o início, validou o projeto. ;Em 2006, o ministro da Educação começou a acompanhar mais de perto o trabalho, e em 2008, realizamos a primeira edição juntos;, completa.

Nesta primeira edição conjunta, participaram mais de 50 mil escolas e 200 mil professores. O número de alunos inscritos chegou a mais de 10 milhões. ;Em 2010, as nossas metas são 80 mil escolas e 300 mil inscrições de professores. Queremos ainda atingir 5.450 municípios brasileiros;, conta a diretora.

O coordenador de Tecnologia da Educação do MEC, Raymundo Filho, ressaltou que a olimpíada vem conseguindo atingir o seu objetivo. ;Articular teoria e prática e fazer com que o aluno, aprimorando a sua leitura, consiga ter uma síntese dos conteúdos e melhore a sua qualidade de escrita.;

Para os alunos e professores, a participação na olimpíada é totalmente positiva, pois ajuda tanto na formação dos estudantes quanto na forma de melhorar o ensinamento do professor. Yan Roberto Lima Silva, 12 anos, vencedor da categoria poesia, afirma que a competição o colocou em contato com um gênero que ele pensava que nunca seria possível. ;Eu fiz uma poesia sobre o Rio Amazonas e consegui me destacar. Eu sabia que participar da olimpíada ia ser uma boa iniciativa;, disse o estudante de Macapá.

Na escola de Érika Cardoso Fernandes, 15 anos, a iniciativa partiu dos próprios alunos, que pediram para a diretora inscrever a escola. Para ela, a conquista do prêmio na categoria memória foi importante para o futuro dela. ;Eu escrevi sobre um senhor da minha cidade, Franciso Sá, chamado Henrique Poeira, que tem 107 anos. Realizei várias entrevistas com ele para fazer o texto. Agora, tomei gosto pela coisa e não vou parar de escrever nunca mais;, conta a mineira.

O estudante Francisco Eugênio recebeu o prêmio na categoria artigo de opinião. Ele escreveu sobre os ambulantes que ficavam na Praça da Sé, em Fortaleza, mas a prefeitura queria tirá-los de lá e mandar para um local sem infraestrutura. ;Foi muito emocionante. Esse é aquele tipo de concurso que dá esperança para aquelas pessoas que acham que o estudo não leva a nada;, conta.

Poesia e opinião
Alunos do 5; e 6; ano do ensino fundamental vão desenvolver a poesia; 7; e 8; ano, textos no gênero memória; 9; ano do ensino fundamental e 1; ano do ensino médio, crônica; e 2; e 3; ano, artigo de opinião.


Prêmios

500 semifinalistas recebem medalha de bronze e cupons para retirada de livros durante os eventos regionais

152 finalistas recebem medalha de prata e um aparelho de som

20 vencedores recebem medalha de ouro e um computador com impressora

As escolas onde estudam os vencedores recebem 10 computadores, uma impressora e livros
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