Moradores do bairro de Planalto, Zona Oeste de Natal, denunciam que um posto policial localizado na Rua São Patrick e fechado há cerca de um ano está servindo de ponto para consumo de drogas. A dona de casa Sônia Maria de Oliveira, 50 anos, mora ao lado do posto e diz que o lugar é frequentado por usuários de entorpecentes à noite e, apesar de várias denúncias, nada é feito. O major PM Jair Júnior, comandante do 3; batalhão PM de Parnamirim e responsável pelo policiamento na área, admite que o posto está fechado e atribui o fato à falta de efetivo, mas garante que o patrulhamento é feito corretamente na região.
Sônia Maria afirma que a situação se prolonga há vários meses e que já denunciou o consumo de drogas para a polícia, mas não obteve resultado. "Eles vêm aqui e fazem o maior barulho, mas quando ligo para a polícia, ninguém vem". Segundo a dona de casa, ela mesmo comprou uma lâmpada para a fachada do posto e, com os demais moradores, colocou um compensado de madeira na lateral do prédio, mas nada disso impede de jovens usarem o local para o consumir entorpecentes. Em um corredor pelo lado esquerdo do posto é possível ver latas de alumínio com furos, utilizadas para o consumo de crack. "Eles poderiam colocar, pelo menos, um policial aqui, mas já pedimos isso e a desculpa que dão para que fique fechado é porque não há efetivo".
O cozinheiro Cícero Marques da Silva, 45, que trabalha próximo ao posto, afirma que o local ainda serve de ponto base para assaltantes. "Eles ficam escondidos ali e, às vezes, ouvimos falar de mulheres que passam em frente à noite, sozinhas, e são assaltadas". A situação se agrava pelo fato de não haver linhas de ônibus passando ao longo da Rua São Patrick, que percorre todo o chamado conjunto Coophab e os moradores têm de tomar o transporte público na Avenida Monte Rei, chegando a percorrer em média 500m.
O serralheiro Jailson Jales da Silva Dantas, 33, que tem um comércio no cruzamento dessas duas vias, conta que o posto está fechado há cerca de um ano e que poucas vezes o viu aberto. Ele mora na região há nove anos e afirma que "se fosse contar o tempo que ele esteve funcionando, daria, no máximo, seis meses. Abrem por pouco tempo e voltam a fechar". Ele diz saber também dos assaltos em frente ao posto, mas diz que são poucos. "Há viaturas que passam com frequência aqui, por isso não são muitos assaltos que acontecem".
Rondas
O major PM Jair Júnior admite que falta efetivo no 3; BPM para manter o posto aberto 24 horas por dia. Porém, segundo ele, há uma viatura que dá apoio no patrulhamento da área e operações frequentes têm sido feitas no conjunto, para evitar crimes.
"A população tem que entender que é muito melhor ter uma viatura circulando pelo bairro do que eu ter de manter um homem fixo no posto 24 horas por dia que, às vezes, pode até ser que ele feche o posto de meia-noite e vá dormir. Eu tenho pouco efetivo e preciso otimizar a escala de serviço, por isso, ao invés de deixar um policial ali, coloco ele patrulhando com a viatura".
O comandante do 3; BPM diz também desconhecer que o local seja usado por jovens para o consumo de drogas. "Não recebi informações sobre isso, mas preciso que a população do bairro entre em contato conosco, para que possamos nos reunir, avaliar a situação e ver que providências tomar para solucionar o problema".<--# GFO FIM TEXTO GFO #-->