postado em 29/01/2010 18:11
Salvador - Os efeitos do aquecimento global poderão atingir de maneira especialmente perversa a população baiana. Essa é a opinião do diretor-geral do Instituto de Águas da Bahia, Júlio Rocha, que participou hoje (29) de mesa sobre Mudanças Climáticas no Fórum Social Mundial Temático da Bahia (FSMT Bahia). Segundo Rocha, 69% do estado tem clima semiárido. Essa característica associada às plantações de 600 mil hectares de eucaliptos no sul da Bahia, torna a preocupação com a desertificação ainda maior. ;Nós precisamos discutir sustentabilidade sabendo que muitos sofrerão mais do que outros;, afirmou Rocha.
De acordo com ele, dados da Universidade Federal da Bahia dão conta de que a partir de 2070 o estoque hídrico do estado começará a sofrer diminuição drástica, o litoral terá a temperatura média 2;C maior e o semiárido terá aumento de 5;C. ;Imagine o que significa um aumento de 5;C numa região com extrema escassez de água;, alertou.
Na opinião dele, não há como resolver o problema se não houver mudança nas relações de consumo, uma vez que o ;capitalismo é em si predatório;.
O diretor do Instituto de Águas da Bahia esteve na Conferência do Clima em Copenhague e se disse otimista sobre o que foi discutido lá. Segundo Rocha, apesar de os resultados na Dinamarca não terem sido decisivos para resolver o problema do aquecimento global, os efeitos das discussões serão cumulativos.
;Acho que Copenhague significou um acúmulo de processos que vão se dar esse ano, no ano que vem e nos outros;, finalizou.