Brasil

Bebê recusado por hospital pernamece internado em estado grave

Caso revoltou familiares e bombeiros. Mãe espera punição dos envolvidos

Thiago Ventura
postado em 01/02/2010 16:32
Permenece internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) infantil do Hospital Sofia Feldman, na Região Norte de Belo Horizonte, a recém-nascida Jennifer, que deu entrada nesse domingo (31/1). A criança ainda está em estado grave, mas estável, e respira com ajuda de aparelhos.

A recém-nascida é pivô de uma denúncia feita pela família de omissão de socorro do Hospital Risoleta Neves, em Venda Nova. A mãe da criança, Pâmela Cristina Rodrigues, de 18 anos, esteve na madrugada desse domingo no hospital, mas não foi atendida. O bebê teve parada-cardíaca e crise compulsiva e foi levado para outra instituição, pelos Bombeiros.

O boletim divulgado nesta segunda-feira pelo Sofia Feldman, assinado pelo médico Marcel Guimarães, informa que Jennifer não apresenta mais convulsões. O bebê recebe medicamentos para o sistema respiratório e permanece sedado.

O caso revoltou familiares. A mãe de Jennifer sentiu contrações do parto no sábado e foi até o Hospital Risoleta Neves. Após exames, foi constatado que a criança não nasceria em breve. ;Fizeram exame de toque e me machucaram. Até saiu sangue. Por fim, me deram Buscopan na veia e mandaram voltar para casa;, conta Pâmela.

Na madrugada, o bebê nasceu na casa da família, assistido por duas vizinhas. A jovem foi com o marido, Wallison da Silva Venâncio, de 21 anos, de volta ao Risoleta Neves, numa viatura do Corpo de Bombeiros, quando aconteceu o incidente.

;A médica nem sabe a cor da minha filha. Ela nem quis ver a menina para saber o que ela tinha. Eu ainda estava com a placenta na barriga;, revolta-se Pâmela. Segundo, a mãe, toda a família ficou indignada, já que a gravidez da jovem, que estava de nove meses, foi saudável, com todos os exames feitos.

Foi registrado um boletim de ocorrência pela Polícia Militar. A médica Hellen Carolina Costa Ferreira foi levada até a delegacia de Venda Nova para prestar depoimento.

;Pretendo correr atrás dos meus direitos. Se ela (médica) vez com isso com minha filha, já fez antes com alguém ou vai fazer com outros pacientes. Quero que isso seja apuradoa, antes que aconteça com outras pessoas;, afirma Pâmela. A jovem disse ainda que vai recorrer do fato. O caso será investigado pela Polícia Civil.

Reposta

O Hospital Risoleta Tolentino Neves divulgou nota nesta segunda-feira (1;) sobre as denúncias feita pela família da recém-nascida e pelos Bombeiros. A instituição afiram que o caso será apurado pela Comissão de Ética do hospital, pois o procedimento correto seria de ;realizar o acolhimento de toda gestante, fazer avaliação clínica e, caso necessário, encaminhar para outra unidade;.

De acordo com o Risoleta Neves, a maternidade não tinha condições de atender a paciente, devido superlotação. A obstetra de plantão explicou a situação aos bombeiros e orientou que levassem a mãe para outro hospital.

Em relação à denúncia que Pâmela não foi atendida, o hospital desculpou-se dizendo que quando a pediatra foi até a recepção acolher a jovem, os bombeiros já haviam ido embora com a paciente. A promessa é que o fato seja apurado.

;A direção do Risoleta Neves ressalta que não se exime das responsabilidades com relação ao ocorrido e que levará o caso para avaliação da Comissão de Ética para apuração dos fatos e tomada das providências cabíveis;, afirma em nota.

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