postado em 11/02/2010 08:27
A onda de forte calor registrada nos últimos dias na cidade de Santos (SP) tem provocado na população mais que mal-estares. Segundo dados preliminares divulgados ontem pela Secretaria de Saúde local, pelo menos 32 idosos morreram, entre segunda e terça-feira, em decorrência de complicações causadas pelas altas temperaturas. As vítimas tinham entre 60 e 93 anos.
Com os termômetros beirando, em média, os 40;C, a desidratação é uma das consequências que mais preocupam. Segundo o secretário de Saúde de Santos, Odílio Rodrigues Filho, em quase todos os casos, as vítimas já apresentavam doenças crônicas, como problemas respiratórios e cardíacos. Reforçando a previedade desse número, Rodrigues Filho, que é médico, adianta que os dados apontam para a falta de ingestão de líquido. ;Quando a pessoa é mais nova, o organismo compensa com mais facilidade a falta de água. Num idoso com problema cardíaco, por exemplo, o coração tem que bater mais forte para compensar isso, e aí há o desequilíbrio.;
Das mortes registradas, 15 aconteceram em prontos-socorros da cidade e outras 17 nas casas das vítimas. A secretaria destacou que todas as vítimas já tinham problemas crônicos de saúde como diabetes, hipertensão e problemas cardíacos.
Devido ao registro de óbitos(1), a Prefeitura santista iniciou uma campanha de conscientização da população sobre a desidratação. De acordo com a Secretaria da Saúde, foram publicadas orientações do Diário Oficial da cidade. Além disso, escolas e agentes de saúde estão sendo orientados. O secretário de Saúde alerta a parentes e acompanhantes de pessoas idosas a ;aumentar a oferta de água; e procurar oferecer a eles refeições leves em dias de forte calor.
Bloqueio atmosférico
Na segunda-feira, por volta das 14h, alguns termômetros na divisa entre Santos e o município paulista de São Vicente marcavam expressivos 44;C. Segundo o professor de climatologia da Unimonte, André Belém, o que aconteceu foi um fenômeno conhecido como bloqueio atmosférico. Ele acontece quando uma massa de ar quente fica estacionada sobre grande parte do país, impedindo o avanço das frentes frias vindas do sul da Argentina.
Com o enfraquecimento da alta pressão do Atlântico, a frente fria mais próxima conseguiu furar o bloqueio e, finalmente, trazer a chuva que refrescou a região na tarde de terça-feira. Porém, o pior pode ainda não ter passado. Belém explica que, geralmente, as temperaturas mais altas tem seu ápice nas duas semanas finais de fevereiro, por causa de um efeito de absorção do calor pelo oceano. ;É possível que as temperaturas cheguem a 39;C absolutos logo depois do carnaval. O que vai controlar a sensação desconfortável será a umidade. Se for parecida com a da última segunda-feira, o índice de calor pode chegar a 52;C. Isso é apenas dois graus abaixo do que é considerado perigo extremo;, prevê.
1 - Números alarmantes
A Secretaria de Saúde de Santos está alarmada com o número de óbitos registrado entre segunda e terça-feira. Para se ter parâmetro, em todo o mês de fevereiro do ano passado, foram registradas 24 mortes causadas por complicações em decorrência do calor. A gravidade também pode ser traduzida pelo número de chamadas de ambulâncias: 220, de segunda para terça-feira, quando a média é de 130 por dia.
LIVRES DO PALETÓ
Também por causa do intenso calor no Rio de Janeiro, representantes da seccional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-RJ) protocolaram, na tarde de ontem, um pedido de providências no Conselho Nacional de Justiça (CNJ) para tentar garantir acesso aos tribunais do estado sem paletó e gravata, substituídos por camisa e calça social. O presidente da OAB-RJ, Wadih Damous, disse em nota, que a opção de usar ou não terno e gravata será de cada advogado, e vai vigorar até o fim do verão. Sabemos que o tema é polêmico e alguns colegas podem até preferir manter a tradição. Só estamos possibilitando a adoção de roupas mais leves neste calor, afirmou. A sensação térmica na capital fluminense já atingiu a máxima de 50;C. <-- --> <--
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