postado em 12/02/2010 08:25
Uma gravidez não planejada somada ao fato de a futura mãe ser uma adolescente é, quase sempre, sinônimo de perdas. Pesquisa da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) provou, por meio de um estudo com 116 meninas de 11 a 19 anos, o que especialistas já desconfiavam. Os principais prejuízos da gestação precoce para as jovens, sobretudo as de baixa renda, objeto do levantamento, são a evasão escolar e a dificuldade no acesso ao mercado de trabalho. Os resultados do estudo surpreenderam até mesmo a autora, a enfermeira Ana Cláudia de Souza Campos. ;Acreditava que fosse encontrar diferenças, comparando as adolescentes mães com as não mães, no domínio psicológico também, que inclui questões de auto-estima, imagem corporal e espiritualidade. Mas não verificamos tal aspecto.;
Nos tópicos referentes ao acesso à escola e ao emprego, porém, as diferenças foram gritantes. Para se ter uma ideia, apenas 30% das adolescentes mães pesquisadas (40) frequentam a escola, enquanto entre as não mães (76), o índice das que estudam sobe para 76%. Alessandra Batista da Silva, 21 anos, faz parte do grupo de jovens que abandonaram a sala de aula depois de engravidar. Desde que Ana Klara nasceu, hoje com 3 anos, Alessandra parou de ir ao colégio. ;Eu tinha 17 anos na época, já estava no 1; ano do ensino médio, mas não consegui continuar;, ressente-se. Pior é que ela nem sabe quando poderá retornar aos bancos escolares, pois está esperando a segunda filha, que deve se chamar Tayla. ;Agora é que não sei como vou fazer mesmo. Preciso primeiro arrumar um emprego;, diz.
O acesso ao mercado de trabalho, de acordo com a pesquisa, é o outro aspecto de maior impacto na vida das jovens mães. Entre as garotas com filhos, 75% não trabalham, das quais 71% ou tentaram uma vaga sem sucesso ou nem têm com quem deixar a criança. No grupo de jovens que não são mães, 63,2% não trabalham, mas para 45% delas, o desemprego é uma opção, porque querem se dedicar exclusivamente ao estudo.
Ana Sudária, assessora técnica da área de Saúde do Adolescente e do Jovem, do Ministério da Saúde, destaca que o maior agravante é a questão da vulnerabilidade em que se encontra a adolescente que engravida. ;Quando falta apoio da família, da escola e dos equipamentos de saúde, fica mais difícil;, afirma.
Psicóloga e gerente do Adolescentro no Distrito Federal, Michele Rodrigues relaciona, inclusive, a estrutura familiar e social da jovem com as chances de engravidar. ;As meninas que não têm um projeto de vida muito legal, que não têm envolvimento com a escola, não só engravidam mais como abandonam mais facilmente os estudos;, diz a especialista. Para reverter a situação, Michele aposta no acesso amplo à informação. ;Às vezes, elas sabem tudo na teoria sobre camisinha, anticoncepcional, mas não sabem utilizar.;
A enfermeira Ana Cláudia, autora do estudo, concorda. ;Informação existe. Está nas revistas de adolescentes, na internet. O problema é orientar. E orientação deve começar dentro de casa, na escola, no posto de saúde, no conhecimento sobre o próprio corpo. Sem falar nas inúmeras bobagens que são disseminadas por aí quando o assunto é sexo;, opina.
Preservativos
Além de informações, a política de saúde tem apostado, cada vez mais, na distribuição de contraceptivos. Dados do governo federal apontam que, de 1996 a 2006, o percentual de mulheres em idade reprodutiva que procuram no SUS métodos contraceptivos aumentou de 7,8% para 21,3%. Nesse contexto, 66% das jovens de 15 a 19 anos de idade sexualmente ativas haviam utilizado algum método. Entre os mais utilizados, estão o preservativo, com 33%; a pílula, com 27%; e os injetáveis, com 5%. <-- --> <--
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--> Gravidez quase nunca planejada <--
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--> <-- --> Em 2000, base mais recente de dados sobre a fecundidade das brasileiras por faixa etária, quase 20% do total de filhos de todas as mulheres em idade fértil eram nascidos de jovens entre 15 e 19 anos. O Centro-Oeste se destaca na estatística:
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--> MEC suspende 10 mil vagas de ensino a distância <--
--> Glória Tupinambás <--
--> <-- --> Mais de 10 mil vagas em vestibulares de curso a distância foram suspensas no Brasil pelo Ministério da Educação (MEC). O cancelamento atinge cinco instituições privadas de ensino superior do país e se deu com base em medidas cautelares publicadas esta semana no Diário Oficial da União. Segundo o MEC, as universidades, faculdades e centros universitários ofereciam vagas em polos de ensino não credenciados pelo governo federal e, por isso, estão impedidos de receber novos alunos a partir deste ano. As instituições têm prazo de 10 dias para prestar esclarecimentos e corrigir as irregularidades. Em inspeção da Secretaria de Educação a Distância (Seed), foram encontrados 108 polos sem credenciamento. Eles pertencem à Faculdade do Noroeste de Minas (Finom), com sede em Paracatu (MG); à Universidade Estácio de Sá (Unesa), do Rio de Janeiro; à Universidade Paulista (Unip), de São Paulo; ao Centro Universitário de Maringá (Cesumar), no Paraná; e à Universidade de Santo Amaro (Unisa), no interior de São Paulo. Os polos, que funcionam como uma base presencial, são locais obrigatórios para as instituições e devem oferecer material de apoio aos cursos e biblioteca para os alunos. No caso da faculdade mineira, a Finom, o MEC informa que ela está credenciada desde 2005 para a oferta de curso a distância em apenas um polo, o de Paracatu. No entanto, a instituição, com 3.955 estudantes matriculados, teria aberto outros dois polos não credenciados pelo ministério, em Feira de Santana (BA), e em São Paulo (SP). As irregularidades foram constatadas pela equipe de supervisão e regulação da Seed e, de acordo com o MEC, a medida cautelar, já prevista em decreto presidencial, foi tomada para evitar prejuízos aos novos estudantes. Por isso, os vestibulares que estiverem em andamento devem ser suspensos e os alunos que fizeram inscrição para este primeiro semestre não podem fazer os cursos. Orientação Antes de prestar o vestibular ou ingressar numa faculdade, o MEC recomenda aos alunos que acessem o sistema de consulta de instituições credenciadas no governo federal e que estão autorizadas a oferecer cursos superiores. ;É importante que o estudante faça essa consulta para evitar a matrícula em locais irregulares;, explica o secretário de Educação a Distância do MEC, Carlos Eduardo Bieslchowsky. Nos últimos dois anos, o ministério já supervisionou 38 instituições de ensino que atendem a mais de 690 mil alunos, o que equivale a 81% do total de estudantes de educação a distância do país.