Rio - Convênio de cooperação científica no valor de R$ 2,5 milhões, firmado com a mineradora Vale, permitiu à Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP) desenvolver um simulador de operação de trens, considerado um dos mais modernos do mundo. Os testes serão iniciados em março no Centro de Excelência em Logística (CEL) da Vale, em Vitória (ES). Até o fim do primeiro semestre, deverão ser feitos os ajustes necessários para a implantação do sistema na capital capixaba.
A informação foi dada pelo pesquisador da Escola Politécnica da USP, Roberto Spínola Barbosa. Ele disse que o simulador ;traz a vantagem de fazer o treinamento dos maquinistas antes de eles começarem a praticar regularmente, no caso de maquinistas novos;.
O simulador beneficiará também o contingente de 3 mil funcionários que são reciclados anualmente para efeito da melhoria da qualidade de desempenho. ;Ele tem uma contribuição muito grande com relação ao treinamento e à atualização desses profissionais;.
O aparelho simula em tecnologia 3D as malhas ferroviárias da Vale, que totalizam mais de 10 mil quilômetros de linhas, e introduz uma função inovadora e inédita no mundo, que é o georreferenciamento. ;É gerada a imagem do ambiente, ou seja, aquilo que o maquinista vê da cabine da locomotiva, no ambiente virtual;. São importadas imagens do satélite com a topografia do terreno. Isso dá ao maquinista a exata impressão de estar no mundo real. O sistema permite também sentir o trajeto sob condições climáticas diversas, além de projetar situações de risco. ;O cenário a ser configurado é totalmente possível de ser simulado nesse ambiente de realidade virtual que contém sons também;.
A supervisão dos treinandos pode ser feita por um único supervisor pela internet. Pessoas em outros estados poderão observar tudo que está acontecendo por meio de uma réplica desse sistema, comunicada pela internet, acrescentou Spínola.
Embora o simulador de trens tenha sido desenvolvido para a Vale, Spínola afirmou que não há impedimentos para que a Poli-USP desenvolva projetos semelhantes para outras empresas que tenham sistemas ferroviários no Brasil ou mesmo no exterior e que manifestem interesse nesse sentido. O pesquisador destacou, nessa linha, produtos que poderiam ser desenvolvidos para o metrô.
Ele destacou que o equipamento está sendo estendido para outras áreas da própria Vale, que têm diferentes equipamentos que, em geral, precisam de treinamento. É o caso de máquinas de mineração, tratores e descarregadores de navios, por exemplo. ;Há diversas máquinas que são passíveis do uso dessa tecnologia. A gente tem conversado com a Vale para estender esse desenvolvimento a outras aplicações dentro da própria empresa;.