Estado de Minas, Pedro Ferreira
postado em 14/02/2010 12:30
Especialistas em violência defendem um trabalho conjunto das polícias com o Ministério Público, psicólogos forenses e médicos legistas para estabelecer estratégias de investigação de crimes relacionados ao serial killer, responsável pelo estupro e assassinato de pelo menos três mulheres na Região Metropolitana de Belo Horizonte no ano passado. Com este objetivo, o Ministério Público Estadual (MPE) designou o promotor Francisco de Assis Santiago, do 2; Tribunal do Júri do Fórum Lafayette de Belo Horizonte, para a integrar a equipe do delegado Frederico Abelha, da Divisão de Crimes contra a Vida, que investiga o assassinato em série de mulheres no Bairro Industrial, em Contagem, na Grande BH.Exames feitos pelo Instituto Médico Legal (IML) comprovaram que o esperma encontrado nas três vítimas é de uma mesma pessoa. As mulheres tinham o mesmo perfil, foram atacadas no Bairro Industrial, estupradas e estranguladas. Outras duas mortes atribuídas ao maníaco são de duas mulheres que sumiram nos bairros Santa Margarida e Lindeia, no Barreiro, em BH, na divisa com o Bairro Industrial.
Francisco de Assis Santiago foi designado pelo procurador-geral de Justiça de Minas, Alceu José Torres Marques. Segundo o promotor, a participação do Ministério Público dará maior transparência ao trabalho de investigação. Na sexta-feira, ele se reuniu com a Polícia Civil e começam a trabalhar juntos depois do carnaval.
Segundo especialistas em serial killer, o suspeito deve ser caçado o mais rápido possível, antes que cometa outros crimes, pois as vítimas são objeto da sua fantasia e escolhidas por acaso. As mulheres geralmente têm o mesmo perfil, a mesma faixa etária e são mortas sem razão aparente. No caso do maníaco do Bairro Industrial, ele somente ataca mulheres brancas, magras, de cabelos longos e escuros. Ele as estupra, estrangula e rouba apenas o celular.
Dos três crimes já confirmados como sendo do maníaco, em dois ele deixou os corpos em locais distantes e retornou para o Bairro Industrial com o carro da vítima, abandonando-o. Quem matou a estudante universitária Natália Cristina de Almeida Paiva, de 27, também deixou o carro a nove quarteirões da casa dela. O corpo foi deixado numa mata em Ribeirão das Neves, Grande BH, a mais de 30 quilômetros de distância do veículo.