Brasil

Famílias de vítimas de maníaco na Grande BH se juntam para cobrar empenho e justiça

Pedro Ferreira
postado em 19/02/2010 10:31
[SAIBAMAIS]Parentes das mulheres assassinadas pelo maníaco do Bairro Industrial, em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, vão se unir para cobrar mais empenho da polícia nas investigações e a prisão do suspeito antes que ele volte a atacar e faça mais vítimas. Até agora, a autoria de três crimes do maníaco já foi confirmada pelo exame de DNA, que comparou o sêmen encontrado nos corpos da empresária Ana Carolina Assunção, de 27, da comerciante Maria Helena Lopes Aguilar, de 48, e da contadora Edna Cordeiro de Oliveira Freitas, de 35, mortas em abril, setembro e outubro do ano passado, respectivamente. Outros dois assassinatos de mulheres são investigados como sendo do maníaco. ;Alguma coisa tem que ser feita. Não podemos deixar esses crimes impunes. A minha filha não pode ficar esquecida;, disse a mãe de Ana Carolina, a psicóloga Euzana Menezes, de 52, que pretende criar uma associação e tem o apoio do irmão de Edna, o carreteiro Éder Cordeiro, de 31, e da técnica em informática Naiara de Almeida Paiva, de 23, irmã da estudante de direito da PUC de Betim Natália Cristina de Almeida Paiva, de 27, morta em 7 de outubro do ano passado. Euzana conta que Ana Carolina tinha uma vida muito corrida, mas, para ela, a família sempre estava em primeiro lugar. ;Ela acordava de manhã, tomava seu café, levava o filho para a escolinha e depois ia para a loja onde nós éramos sócias;, conta a mãe. No dia do crime, mãe e filha se preparavam para uma viagem no dia seguinte para São Paulo, onde comprariam mercadorias para a loja de confecções das duas. Ana Carolina sempre ia almoçar em casa e levava refeição para uma funcionária da loja. Na parte da tarde, a empresária revezava com a mãe a permanência na loja. ;Eu ia para a loja e ela ia buscar o filho na escola, o levava para casa, dava o jantar, e quase todos os dias ela ia me ajudar a fechar a loja;, disse a mãe. Quando chegou à loja de carro naquela tarde, Ana Carolina telefonou para a mãe e a mandou fechar as portas e esperar do lado de fora, pois não ia descer do carro. ;Era no mesmo local onde a gente tinha o costume de parar, na rua ao lado. Fechei a loja rapidamente, às 18h30, e como não era horário de verão já estava escuro. Eu vi de longe, na esquina de baixo, ela dando ré no carro. Não entendi o motivo por que ela foi embora;, conta a mãe. Euzana voltou para casa a pé e comentou com a família que Carol não a esperou. ;Chegamos a pensar que ela tinha ido ao supermercado, comprar alguma coisa para a nossa viagem para São Paulo. Estava tudo pronto, malas prontas, tudo em cima da cama;, disse a mãe, que, depois de 5 minutos, pegou seu carro e foi procurar pela filha no entorno da loja. O irmão e o marido de Ana Carolina telefonaram para o celular dela. A empresária dizia que estava na Praça da Cemig, voltando para casa. ;A gente já percebeu que havia algo de errado e telefonamos insistindo. Ela jamais faria isso. Ela atendeu dizendo que não podia falar. Escutamos uma voz de uma pessoa ao lado dela;, conta a mãe. Euzana reclama que a polícia demorou para entrar em ação. Ela conta que telefonaram diversas vezes para a Polícia Militar, mas a pessoa que atendia a ligação dizia que Ana Carolina poderia estar na casa de um amigo. ;Mas nós sabíamos que não era nada disso. Ela não ia à casa de ninguém sem falar com a gente. A PM só começou a agir depois de duas horas, quando o meu genro e meu filho saíram desesperados e cercaram um carro da PM na rua, falando o que estava acontecendo. Insistiram, dizendo que ela estava com uma criança no carro e que alguma coisa grave estava acontecendo;, recorda a mãe. Às 22h30 da mesma noite, o carro de Ana Carolina foi encontrado abandonado às margens da Via Expressa, no Bairro João Pinheiro, Região Noroeste de BH. A empresária estava morta no banco traseiro, estrangulada com o cadarço do tênis, e o filho dormia sobre o seu corpo.

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