Estado de Minas, Pedro Ferreira
postado em 23/02/2010 16:01
Delegados responsáveis pelas investigações dos crimes cometidos pelo maníaco do Bairro Industrial, em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, têm audiência marcada para as 10h desta terça-feira, na Assembleia Legislativa de Minas Gerais, e vão prestar esclarecimentos sobre os seus trabalhos à Comissão de Segurança Pública da casa. Estão confirmadas as presenças dos delegados Edson Moreira, chefe do Departamento de Investigações (DI); do titular da Divisão de Crimes contra a Vida, Wagner Pinto de Souza; do de Orientação e Proteção à Família, Wellington Perez; e da delegada de Mulheres, Silvana Rezende.As famílias de quatro vítimas do maníaco também estarão presentes, além do promotor de Justiça que acompanha o caso, Francisco de Assis Santiago. Até o fim da tarde dessa segunda-feira, a Polícia Militar não tinha confirmado o nome do seu representante.
A Comissão de Segurança Pública quer saber quais os procedimentos adotados pela polícia na tentativa de identificar e prender o suspeito. Se for necessário o reaparelhamento científico da corporação, os deputados vão apresentar emendas ao orçamento do estado para aquisição de equipamentos.
Na audiência também será debatida algumas falhas da polícia, como a falta de comunicação entre a Delegacia de Pessoas Desaparecidas e o Instituto Médico Legal (IML), no caso da estudante de direito Natália Cristina de Almeida Paiva, de 27. A jovem desapareceu em 7 de outubro do ano passado e 22 dias depois seu corpo foi encontrado numa mata de Ribeirão das Neves, na Grande BH, permanecendo por mais de três meses sem identificação no IML.
A Delegacia de Pessoas Desaparecidas tinha a descrição das roupas que a vítima usava quando sumiu e somente em 9 de fevereiro levou os parentes para reconhecer as vestes por meio de fotos no IML, depois que um delegado de Ribeirão das Neves suspeitou que a indigente sepultada naquele município poderia ser uma das desaparecidas em Belo Horizonte. O corpo foi exumado e a suspeita confirmada.
Os crimes
Pelo menos três mulheres foram mortas pelo maníaco, pois exames confirmaram que o esperma deixado nas vítimas é do mesmo homem. A empresária Ana Carolina Assunção, de 27, foi morta em 16 de abril do ano passado, a comerciante Maria Helena Lopes Aguilar, de 48, em 17 de setembro e a contadora Edna Cordeiro de Oliveira Freitas, de 35, em novembro. Além delas e de Natália, a morte da comerciante Adina Feitor Porto, de 34, em 4 de fevereiro de 2009, também é investigada como sendo do maníaco.
Na tarde da última sexta-feira, cinco delegados da Polícia Civil estiveram reunidos no Fórum Lafayette com o juiz sumariante do 2; Tribunal do Júri, Nelson Missias, e o promotor Francisco de Assis Santiago. De acordo com a assessoria de imprensa do fórum, a reunião foi sigilosa.