Luiza Seixas
postado em 26/02/2010 07:00
O Centro de Seleção e de Promoção de Eventos, ligado à Universidade de Brasília (Cespe/UnB), responsável pela aplicação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2009, afirmou ontem que o pagamento a todos os corretores de provas foi creditado, em 12 de fevereiro, nas respectivas contas-correntes, incluindo os de São Paulo. E, caso alguém não tenha recebido nessa data, é necessário que entre em contato com a instituição para resolver a pendência. De acordo com o Cespe, isso pode ter acontecido por conta do fornecimento incorreto de dados pessoais e bancários. ;Em caso de fornecimento incorreto desses dados, o banco não permite que o depósito seja realizado. Nesse caso, o corretor deverá entrar em contato com o Cespe;, afirmou a assessoria de imprensa do Centro.O órgão informou ainda que, além de ter sido feito por ordem bancária com crédito em conta- corrente, o saque do pagamento, para quem não tem conta-corrente, também poderia ser realizado em qualquer agência do Banco do Brasil por meio do CPF.
A manifestação por parte do Cespe foi feita após matéria publicada pelo jornal O Estado de São Paulo, que denunciou que alguns professores do estado de São Paulo, contratados para a correção do Enem, ainda não tinham sido pagos pelo trabalho. Eles realizaram a tarefa entre dezembro e janeiro, e o pagamento estava previsto para ser realizado entre os dias 5 e 8 deste mês. Além disso, o jornal informou também que os professores recebiam de 100 a 200 provas por dia e o valor pago por cada uma era de apenas R$ 1.
O Cespe confirmou a data inicial, mas explicou que houve um erro de cálculo do prazo informado aos profissionais envolvidos no processo. ;A previsão de pagamento foi feita com base no tempo usual que o Centro precisa para pagar colaboradores de concursos e seleções, sem considerar o volume de pagamentos que deveriam ser feitos ; neste caso, muito maior que os eventos regulares realizados pela instituição;, explicou.
Os profissionais selecionados para participar da correção das redações do Enem faziam parte do banco de professores cadastrados no Cespe/UnB e já participavam de outras correções de provas da instituição e do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep). ;Para fazer parte do grupo de corretores, era preciso ter formação em língua portuguesa e experiência comprovada em sala de aula;, disse o Cespe.
O Cespe e a Fundação Cesgranrio assumiram a distribuição e a aplicação do Enem 2009 em outubro do ano passado, quando a prova, que a princípio seria aplicada nos dias 3 e 4 do mesmo mês, foi roubada em São Paulo. Após o episódio, o Ministério da Educação (MEC) anunciou o rompimento com o Consórcio Nacional de Avaliação e Seleção (Connasel), formado pelas empresas Consultec, Funrio e Instituto Cetro e anunciou o contrato com as duas entidades. A prova, com o apoio dos Correios, da Força Nacional de Segurança e da Polícia Federal, foi aplicada em 5 e 6 de dezembro.
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