Brasil

Cadastro nacional de desaparecidos, lançado ontem, vai ajudar a unificar dados

Luiza Seixas
postado em 27/02/2010 07:00
Atualmente, não há dados oficiais que determinem a quantidade de pessoas desaparecidas no país. Portanto, de acordo com divulgação da Redesap, a principal causa é a fuga de casa por conta de conflitos familiares. Em seguida, as categorias que também provocam esse desaparecimento são sequestro, rapto consensual e tráfico para fins de exploração sexual. Mesmo com a incerteza nos números, a Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República afirma que, dos casos registrados, de 10% a 15% permanecem sem solução por um longo período e, às vezes, nem são resolvidos. Para acabar com essa incerteza nos números e ajudar a solucionar episódios do gênero, foi lançado ontem o Cadastro Nacional de Pessoas Desaparecidas.

Um serviço similar, chamado Desaparecidos.MJ, já existe no Brasil, no âmbito da Secretaria Especial de Direitos Humanos, portanto o registro da ocorrência do desaparecimento não é obrigatório e o banco de dados não é acessado por todos os estados. Assim, o novo cadastro, que estará integrado na rede Infoseg, para alcançar o objetivo desejado, vai reunir na internet informações para a formação de uma rede investigativa e acompanhamento dos casos, a partir da junção de dados de desaparecidos.

De acordo com a secretária Nacional da Promoção do Direito da Criança e do Adolescente, Carmem Oliveira, os dados serão detalhados com características físicas, situação familiar envolvida e contexto do desaparecimento, que vai permitir imediatamente a investigação por parte dos operadores de segurança. Para ela, tão importante quanto registrar a denúncia é monitorar o andamento que foi dado. ;Temos uma boa experiência no Disque 100. Ele não apenas recebe a denúncia, mas encaminha e monitora para ver o que caminhou e o que não andou. Os casos de adolescente e criança não terminam com a localização. Ao contrário. É quando começa, pois geralmente os motivos pelos quais ele fugiu, se referem a conflitos familiares e é preciso, então, que os conselhos tutelares acionem uma rede de proteção;, completa. Ela destacou que Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais são os estados com maior notificação de desaparecimentos.

Para o secretário Nacional de Segurança Pública, Alexandre Aragon, o cadastro é uma política de estado que vai facilitar alcançar um número real sobre os casos e gerar a possibilidade de acesso imediato aos registros. ;Logo após o registro da família sobre o desaparecimento, o atendente que fizer a ocorrência irá alimentar o sistema;, explicou. ;Isso vai ajudar a termos uma estatística mais correta sobre os desaparecimentos;, completou.

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