postado em 27/02/2010 11:54
Apesar de não ser reconhecida pela Caixa Econômica Federal (CEF), a realização de bolões é uma realidade nas casas lotéricas de Brasília. Após o prêmio da Mega-Sena acumular em R$ 70 milhões, na última quarta-feira, não é difícil encontrar cartazes e faixas convidando os consumidores a comprarem suas cotas. A CEF reforçou o aviso de que as lotéricas não estão autorizadas a fazer bolões de aposta e que as casas que insistirem na prática podem ser notificadas depois do caso em Novo Hamburgo, quando uma funcionária supostamente esqueceu de registrar a aposta de um bolão.Na lotérica Paraíso da Sorte, na 503 Sul, um cartaz, no guichê em frente à entrada, comunica aos clientes que a prática no estabelecimento é segura. ;Bolão é uma relação de confiança entre nossa lotérica e os clientes. A Caixa Econômica Federal não se responsabiliza pelos mesmos;, diz o cartaz afixado em um dos vidros da loja.
;Não fomos comunicados oficialmente de nada. Dizem que está proibido mas a única coisa que a Caixa nos avisou era que deveríamos tirar da loja as propagandas que anunciassem os bolões e, então, fizemos isso;, afirmou o gerente da lotérica Paraíso da Sorte, Adson Pereira Rego. Enquanto isso, a loja oferece bolões cujas cotas custam R$ 24 e R$ 48, dependendo do número de participantes, bem como da quantidade de jogos e de dezenas em cada um deles. ;Se o lotérico não fizer bolão, ele não sobrevive, apenas jogos de R$ 2 não são suficientes para arcar com as despesas que temos com a loja;, argumenta Adson.
Em uma outra casa lotérica, na 513 Sul, uma funcionária disse, na manhã de quinta-feira, que a loja não fazia mais bolões, mesmo com uma faixa, na entrada do estabelecimento, anunciando a prática. Já durante a tarde, na mesma loja, um cartaz anunciava o ;Bolão da Mega; por R$ 30. A situação se repetiu na 209 Sul, onde a cota para participar do sorteio, com dois jogos de sete números cada, em um grupo de 15 pessoas, custa R$ 6. ;Aqui não é perigoso fazer esse tipo de jogo, nós somos honestos;, disse uma das funcionárias do local.
Na lotérica Hora de Ganhar, na 307 Norte, os valores dos bolões variam de R$ 15 a R$ 60. São oferecidas cotas com jogos de sete, oito e nove dezenas, para grupos de 10 pessoas. ;A gente faz tudo direitinho, sabemos os problemas que um erro pode dar;, sustenta a funcionária.
Algumas lojas da cidade, no entanto, preferem se precaver. É o caso da Camisa 10, na 202 Sul e da Trilha Certa, na 103 Norte. Depois do comunicado da Caixa, ambas resolveram suspender os bolões. ;Hoje fui a uma lotérica no Cruzeiro e eles me falaram que não vendiam mais bolões. Eu acho a atitude certa;, opinou o assistente administrativo Adriano Trindade Júnior, que faz jogos em lotéricas todas as semanas.
Ao participar de um bolão organizado por uma lotérica o consumidor não leva para casa o comprovante original do jogo. Na verdade, o que a loja oferece, é um recibo próprio, que não segue um padrão único, e onde aparecem apenas os jogos da cota adquirida. Com esse comprovante, não é possível retirar o dinheiro.
QUINA SAI EM NOVO HAMBURGO
A sorte parece mesmo estar rondando Novo Hamburgo. Depois do bolão premiado, mas que não foi validado, um apostador acertou a quina da Mega-Sena do último concurso. O homem fez a aposta na lotérica A Papagaia, que fica a duas quadras da Esquina da Sorte, envolvida no caso polêmico. O acertador já retirou o prêmio de R$ 21.432.57. Ele acertou 09, 24, 44, 48 e 49. A dezena que faltou para faturar R$ 63 milhões foi a 31. Ele marcou a 34. (Da Zero Hora)
Fique atento
Sempre que o bilhete é emitido, a CEF orienta o apostador a conferir se o papel contém os seguintes itens:
; a identificação do jogo, se é da Mega-Sena, Quina ou outro
; o número do bilhete
; as dezenas escolhidas
; o código da lotérica
; o concurso
; o número do terminal que foi feita a aposta
; a data do sorteio
; o valor da aposta
; se o bilhete tem código de barras