Brasil

Professor dá bronca no STF

postado em 05/03/2010 08:12 / atualizado em 21/09/2020 12:42

O segundo dia de audiência pública no Supremo Tribunal Federal (STF) sobre as cotas nas universidades públicas escancarou algumas fortes divergências entre os debatedores. O momento mais delicado acabou protagonizado pelo professor de história do Instituto de Educação Superior de Brasília (Iesb) Ibsen Noronha. Não por sua opinião sobre as cotas, mas por ele ter, inusitadamente, pedido silêncio a dois ministros que conversavam enquanto ele fazia a defesa de sua tese contra as cotas.

;Senhores ministros, eu peço agora, isso é cacoete de professor, eu não consigo falar, desculpe. Quando falam os meus alunos eu chamo sempre a atenção. Apesar do sangue espanhol, não consigo. Isso é muito importante;, disse o professor. Visivelmente contrariados, os ministros Ricardo Lewandowski e Joaquim Barbosa interromperam a conversa por alguns instantes e depois voltaram a se falar.

Lewandowski registrou sua indignação. ;Não posso deixar de registrar o repúdio dessa Presidência ao modo com que o eminente advogado se dirigiu aos ministros que integram essa mesa, pedindo a sua atenção;, repreendeu o ministro, confundindo-se ao chamar o professor de advogado.

Já fora do microfone, Noronha levantou-se para se defender, ao justificar que havia se dirigido ao público, e não aos ministros. Lewandowski, no entanto, interrompeu: ;Não, Vossa Excelência não tem a palavra. Sente-se, por favor;, frisou.

No campo dos debates, cinco especialistas defenderam as ações afirmativas e outros cinco se manifestaram contra as cotas nas instituições federais. A mais emocionada exposição foi feita pelo senador Paulo Paim (PT-RS), que defendeu com veemência as cotas.

Ouça entrevistas
Professor George Zarur argumenta cotnra o uso de cotas:


Senador Paulo Paim defende cotas raciais nas universidades:

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