Brasil

Movimentos sociais cobram efetivação de comitê criado para acompanhar população de rua

postado em 10/03/2010 14:31
Durante a solenidade de instalação do Comitê Intersetorial de Acompanhamento e Monitoramento da Política Nacional para a População em Situação de Rua, movimentos sociais cobraram a efetivação das ações previstas para a área, mesmo em ano eleitoral.

Composto por representantes de nove ministérios e por nove integrantes da sociedade civil, o comitê será coordenado pela Secretaria Especial dos Direitos Humanos (SEDH). O grupo tem o objetivo de elaborar e coordenar políticas públicas em áreas como segurança alimentar, habitação, saúde e educação.

Segundo o representante do Movimento Nacional de População em Situação de Rua, Samuel Rodrigues, elaborar políticas para essas pessoas é um assunto que, geralmente, poucas pessoas se propõem a discutir. Ele lembrou que o calendário político para 2010 é apertado, por conta do pleito de outubro, mas destacou que é preciso concretizar tudo o que foi debate nos últimos três anos que antecederam a criação do comitê.

;Isso depende de empenho nosso e do governo, de arregaçar as mangas;, disse. ;População de rua existe em todo o mundo, mas será que todo o mundo topou o desafio de uma política para essa população? Isso nos enriquece, nos engrandece, significa o resgate da cidadania, um motivo de orgulho;, completou.

O coordenador da Pastoral do Povo de Rua, Padre Júlio Lancellotti, afirmou que o lançamento do comitê não representa um momento definitivo para essa população, mas uma maior segurança diante da promessa de uma política em âmbito nacional.

;É uma dívida que temos com irmãos que vem sendo despojados da sua dignidade, de seus sonhos, de suas possibilidade. Não vamos resolver tudo, mas é preciso dar passos;, afirmou.

Segundo Lancellotti, a prioridade do governo deve ser descobrir saídas para que a população de rua saia dessa situação. ;A gente ainda insiste muito em albergues, mas isso já era. Precisamos de uma resposta nova, que passe pela questão da saúde, da moradia, da educação;, defendeu.

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