Diferentemente do que havia sido informado pela polícia no início da noite desta quarta-feira (17/3), apenas um suspeito de participação no assassinato da alemã Jennifer Kloker, encontrada morta no dia 17 de fevereiro em São Lourenço da Mata - e não dois, como havia sido divulgado mais cedo - foi preso e levado à sede do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), na Imbiribeira. A prisão foi efetuada à tarde no bairro de San Martin em consequência de um mandado de prisão expedido desde ontem. O suspeito, identificado como Alexsandro Neves dos Santos, 35 anos, chegou à delegacia acompanhado do irmão. Ambos esconderam os rostos na entrada da delegacia.
Pouco depois da prisão, a sogra da alemã, Delma Freire, detida ontem, saiu algemada do DHPP. Ela será transferida das dependências da delegacia, que não dispõe de carcerarem feminina, para a Colônia Penal Bom Pastor, no bairro do Engenho do Meio. Antes, ela será submetida a exame de corpo de delito no Instituto de Medicina Legal.
[SAIBAMAIS]De acordo com informações preliminares divulgadas pelos delegados responsáveis pelo caso, Alexsandro é o último suspeito de participação no crime e não tem relação de parentesco com a família de Jennifer, mas conhecia Delma Freire. Monitorado pela polícia, que pretendia prendê-lo ontem, o suspeito fugiu após saber da prisão de Delma. Os delegados não quiseram adiantar qual seria a participação de Alexsandro no crime para evitar a criação de novos álibis entre os demais suspeitos.
Conclusão próxima - Com a nova prisão, aumenta para quatro o número de suspeitos de envolvimento no caso. Já estão presos, pelos mesmos motivos, Pablo e Fernando Tonelli, companheiro e sogro da alemã, e Delma Freire, mãe de Pablo. Com a prisão, a polícia afirma estar muito perto de concluir as investigações sobre a morte de Jennifer. Após o depoimento de Alexsandro, os quatro presos devem ser submetidos a acareações, cujas datas ainda não foram marcadas.
Também faz parte do grande quebra-cabeças que envolve o caso um jovem de 26 anos que, na segunda-feira passada, afirmou ter recebido de Delma uma proposta para assumir a co-autoria do crime em troca de R$ 20 mil. Ex-presidiário, o jovem disse á polícia que receberia R$ 20 mil para confirmar seu envolvimento, porém, ao prestar depoimento ao Grupo de Operações Especiais (GOE), revelou a farsa.
O ex-presidiário também afirmou que o advogado Célio Avelino, defensor da família Tonelli, acusada de participar do crime praticado no dia 16 de fevereiro, o orientou sobre como se portar e o que dizer à políca e à imprensa, evitando, assim, contradições. Antes de se arrepender, o ex-presidiário chegou a dar entrevista a uma equipe da TV Globo no escritório do advogado. Depois, em vez de se dirigir ao DHPP, preferiu procurar o GOE, onde tinha conhecidos, e revelar toda a trama.
Neste terça-feira, o advogado Célio Avelino negou que tivesse combinado informações com o ex-presidiário responsável por desmontar a farsa sobre o susposto assalto à família Tonelli. Segundo ele, sua atuação se resumiu a apenas orientar o rapaz, que teria lhe procurado espontaneamente, a falar a verdade sobre os fatos que lhe havia descrito. Avelino afirmou não acreditar no envolvimento de sua cliente, Delma Freire, com o suposto golpe, apesar de ela ter se encontrado, coincidentemente, com o suposto assassino em seu escritório. ;Não sei de quem é a armação, se o rapaz está agindo por conta própria ou a mando de alguém, mas não acredito que dona Delma esteja nessa história. Senão, eu não teria como continuar defendendo-a;, explicou.
Ainda ontem, Delma foi detida no escritório do advogado. Os delegados Alfredo Jorge, Joselito Kerle e Gleide Ângelo, do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) efetuaram a prisão. Desde então, a sogra da alemã está sendo mantida na sede da DHPP e não há previsão para sua ida chegada ao presídio Bom Pastor, no Engenho do Meio.
Filho voltará à Itália
Mais cedo, a filha de Delma, Roberta, esteve na Promotoria de Defesa da Infância e da Juventude para acertar detalhes sobre a volta do seu sobrinho, filho de Jennifer e Pablo, para a Itália, onde ela também reside. Roberta já tem a autorização para a viagem do menino, concedida pelo pai e pretende requisitar a guarda judicial temporária do garoto. Ela explicou às promotoras responsáveis pelo caso que não pretende requisitar a adoção da criança, o que a mantém sob a responsabilidade do pai.