postado em 21/03/2010 14:56
A Casa Abrigo do Distrito Federal atende hoje 17 mulheres que sofreram agressões físicas dos companheiros e estão sob proteção judicial após denunciar os crimes e oferece assistências aos filhos das abrigadas.Atualmente, vivem no local 22 crianças, que assistem aula no período da manhã, no turno vespertino frequentam aulas de reforço e têm acesso à brinquedoteca. A casa conta com três professoras que orientam os menores nas atividades extraclasses e procuram trabalhar a questão da autoestima e entretenimento.
O trabalho é desenvolvido em conjunto com o núcleo de psicologia e as escolas em que as crianças estão matriculadas.
Nesse processo de reaprender a olhar o mundo e se relacionar com os demais, as crianças da casa apresentam características típicas de quem sofreu ou presenciou algum tipo de violência doméstica: agressividade, dificuldade em relacionar com outros colegas e, em alguns casos agressões verbais
A professora Iara Sales Ribeiro afirma que muitas vezes o trabalho desenvolvido com as crianças precisa partir da alfabetização e até mesmo de noções de higiene.
;Algumas crianças chegam aqui sem nenhum grau de escolaridade, com isso precisamos desenvolver em pouco tempo o seu aprendizado. Em casos mais graves, elas necessitam de orientações até de higiene;.
Há 25 anos como professora, Dulce Maria F. Sousa Silva, explica que o desafio é grande, mas apesar do pouco tempo em que eles permanecem na casa, o trabalho em parceira, ajuda o desenvolvimento.
;Sabemos que o período de acompanhamento na casa é curto, mas como educadoras a gente planta uma semente e acreditamos que algo bom eles levam consigo. O futuro de cada um deles depende das próximas mães quando saem daqui,; conclui.
O projeto assistencial desenvolvido para o grupo infantil na casa funciona apenas no período de alojamento. Para reverter essa situação, a Subsecretaria de Assuntos para a Mulher, formalizou parcerias com secretarias, dentre elas a do Trabalho, que fornece às mulheres vítimas de agressão cursos profissionalizantes, como por exemplo, cabeleireiro e designer de sobrancelhas.
A ideia é oferecer subsídios a esse grupo, pois ao saírem da assistencial governamental tenham a oportunidade de recomeçar a vida com seus filhos sem a presença do agressor.
Um estudo realizado pela então subsecretaria constatou que a maioria das mulheres voltava aos lares do agressor para oferecer às crianças moradia e alimentação, mesmo em meio à violência.