postado em 22/03/2010 20:13
O clima dentro do plenário do 2; Tribunal do Júri, no Fórum de Santana, foi apenas de preparação durante o fim da tarde e o início da noite desta segunda-feira (22/3) para o julgamento do casal Nardoni, acusado de matar a menina Isabella, de cinco anos, na noite de 29 de março de 2008. Após algumas horas de atraso e pausas dadas pelo juiz Maurício Fossen, para lanches e conversas com a defesa e a acusação do casal, o julgamento foi iniciado por volta das 19h.Anna Carolina Jatobá e Alexandre Nardoni foram postos lado a lado. Nardoni permaneceu o tempo todo sem manifestar emoções, com a cabeça baixa, enquanto Anna Carolina, a madrasta de Isabella, chorou muito e passou mal por diversas vezes.
O júri escolhido para decidir se os réus são culpados ou inocentes é composto por pessoas de classes sociais, idades, profissões e etnias diferentes. Cinco dos sete jurados participam de um julgamento pela primeira vez. Dois jurados, inclusive, não levaram roupas nem utensílios de uso pessoal e provavelmente vão permanecer com a roupa do corpo durante todo o período em que ficarão no fórum, já que não podem se comunicar com ninguém até o fim do caso.
A maquete do edifício London e do apartamento de Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá foi entregue no Fórum de Santana, na Zona Norte da capital, agora à noite. A miniatura será usada pela promotoria durante o júri, para tentar colocar os jurados mais próximos da realidade do dia da morte da menina Isabella.
[SAIBAMAIS]O advogado de defesa pediu ao juiz, no início do julgamento, que nesta terça-feira (23/3) todos os jurados possam ser levados ao local do crime (o edifício London), para que entendam como não seria possível o casal Nardoni ter matado a criança e se livrado do corpo, atirando-o pela janela do apartamento. Até o momento, o juiz não confirmou se atenderá o pedido.
Entre lágrimas
A primeira testemunha a depor, às 19h30, foi a mãe de Isabella, Ana Carolina Oliveira, na parte de acusação. Ana Carolina mostrou-se muito abalada e chorou por quatro vezes durante o depoimento, emocionando todos os presentes. Ela é considerada testemunha-chave do julgamento, por afirmar que a relação da madrasta, Anna Carolina Jatobá, com a filha era muito tumultuada. Ela também relatou que o clima de ciúme por parte da mulher de Alexandre Nardoni era constante.
Entre vaias
Antônio Nardoni, pai de Alexandre Nardoni, e a filha Cristiane Nardoni foram vaiados pela população na entrada do Fórum de Santana. Eles não quiseram dar entrevista à imprensa e entraram às pressas no local para o julgamento dos acusados pela morte de Isabella.