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Advogado do casal Nardoni considera como "bom" o segundo dia de julgamento

postado em 23/03/2010 20:40
Rosa Maria Cunha de Oliveira, avó de Isabella, se revolta com retirada da filha do plenário do fórumO segundo dia de julgamento de Anna Carolina Jatobá e Alexandre Nardoni foi considerado ;um dia bom para a defesa;, afirmou o advogado Roberto Podval nesta terça-feira (23/3). Os trabalhos foram reiniciados com mais de uma hora de atraso, às 10h05, por conta da montagem de duas maquetes do edifício London, local da morte da menina Isabella. Ajustes no som do Fórum de Santana também causaram a demora para o início do julgamento.

A delegada Renata da Silva Pontes foi a primeira testemunha a dar depoimento como testemunha de acusação e defesa. Ela descartou a presença de uma terceira pessoa na cena do crime e disse ter 100% de certeza da culpa do casal Nardoni. Após a fala de quatro horas, a delegada também teve que ficar incomunicável, a pedido do juiz, para possíveis acareações.

O segundo a ser ouvido ; também pela acusação e defesa -, foi o médico-legista do IML Paulo Sergio Tieppo Alves. Durante quase quatro horas de sua oitiva, o legista exibiu aos jurados fotos do corpo de Isabella. Muito nervosa e emocionada, a avó materna da menina, Rosa Cunha de Oliveira, deixou a sala para não ver as imagens, voltando pouco tempo depois.

Para comprovar que a menina se mordeu ao ser esganada, o médico legista mostrou imagens da parte interna da bochecha e afirmou que, com a ajuda de dados que constam nos autos desde 2008, seria "impossível" que os ferimentos da esganadura tivessem sido feitos após à queda. Além do sufocamento, Tieppo também afirmou que Isabella foi jogada com tamanha força no chão do apartamento, que os dois atos foram suficientes para matá-la. Mesmo que ela não tivesse sido jogada pela janela do sexto andar teria morrido.

[SAIBAMAIS]Ao ouvir os relatos do legista, Ana Carolina se emocionou novamente e foi retirada da sala a pedido do advogado Roberto Podval. Ele alegou que o choro da mãe de Isabella poderia comover novamente o júri, atrapalhando o desenrolar do processo. Ana Carolina está desde então, assim como jurados e réus, incomunicável, para que uma possível acareação seja feita entre ela e Alexandre Nardoni nos próximos dias.

A terceira testemunha a ser ouvida foi o legista baiano, Luiz Eduardo Carvalho Dória. Considerado a testemunha surpresa do caso, o especialista discursou por cerca de uma hora e fez uma análise das manchas de sangue encontradas na cena do crime, como em lençóis no quarto de onde Isabella foi jogada na noite de 29 de março de 2008

Sem emoção
Assim como no dia anterior, Alexandre Nardoni permaneceu sem manifestar emoções, com a cabeça baixa durante todo o momento em que esteve no plenário do fórum. Demonstrando tranquilidade, Anna Carolina Jatobá não chorou e, assim como Nardoni, não demonstrou emoção.

Entenda o caso
O julgamento do casal Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá começou nesta segunda-feira (22/3). O júri popular ouve 16 testemunhas, sendo 11 escolhidas pela defesa, três compartilhadas entre advogados do casal e acusação e duas do Ministério Público. Seis foram dispensadas pela defesa ainda no primeiro dia e uma, pela acusação.

Isabella Nardoni tinha cinco anos quando foi encontrada no jardim do prédio onde moravam o pai e a madrasta, na zona norte de São Paulo, em 29 de março de 2008. Segundo a polícia, ela foi agredida, asfixiada, jogada do sexto andar do edifício e morreu após socorro médico. Desde então, Anna Carolina Jatobá e Alexandre Nardoni são acusados de homicídio triplamente qualificado por motivo torpe, meio cruel e impossibilidade de defesa da vítima. No entanto, o casal sempre negou as acusações e alega que o crime foi cometido por uma terceira pessoa que invadiu o apartamento. A previsão é de que o julgamento dure cinco dias, porém, das sete testemunhas que deveriam ter sido ouvidas nesta terça-feira (23/3), apenas três conseguiram depor.

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