Rodrigo Couto
postado em 25/03/2010 09:21
Apesar da ligeira queda no número de novos casos e mortes decorrentes da tuberculose, o Brasil ainda ocupa a 19; posição na lista elaborada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) que reúne as 22 nações que concentram 80% das infecções da doença. Ontem, Dia Mundial de Luta contra a Tuberculose, o Ministério da Saúde divulgou que, em 2008, exatos 70.989 brasileiros foram contaminados, frente aos 72.140 de 2007. No mesmo período analisado, os óbitos caíram de 4.823 para 4.735. Para o governo, o maior desafio é reduzir o abandono do tratamento, que atualmente é de aproximadamente 8% entre os doentes.A taxa de incidência nacional da tuberculose, que, em 2007, era de 38,1 por 100 mil habitantes, passou para 37,4 em 2008. Entre os estados, o Rio de Janeiro (68,64 por 100 mil habitantes) lidera o ranking, seguido do Amazonas (67,88), de Pernambuco (47,61) e do Pará (43,72). As menores taxas são registradas no Distrito Federal (13,73), Tocantins (13,67) e Goiás (13,91). ;O Rio está no topo da lista por uma questão histórica. Desde que a Corte desembarcou no país, durante o período colonial, o estado foi a porta de entrada para várias doenças, entre elas o bacilo da tuberculose;, explica o coordenador-geral do Programa Nacional de Controle da Tuberculose, Draurio Barreira.
Na tentativa de reduzir o número de infectados, o ministério disponibilizou um novo esquema de drogas para combater a doença. O quarto medicamento é apresentado em dose fixa combinada (DFC), com os quatro remédios concentrados em um único comprimido. O novo tratamento está liberado apenas em São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Bahia, Sergipe e Rondônia, incluindo os municípios da região metropolitana de Manaus. Em Brasília, só em maio.
;A redução do número de casos é positiva, pois mostra que nossa estratégia está correta. Eu, por exemplo, tive tuberculose na adolescência e sei como é essa doença;, destacou o ministro da Saúde, José Gomes Temporão. Quem também foi vítima da tuberculose foi o auxiliar de administração Geraldo Evangelista, 48 anos. Morador de Samambaia, ele acredita que adquiriu a doença quando trabalhava como gari.
Ouça trechos da entrevista com o ministro da Saúde, José Gomes Temporão