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Termina o depoimento de Alexandre Nardoni no Fórum de Santana

postado em 25/03/2010 16:50
Terminou às 16h25 o depoimento de Alexandre Nardoni sobre o dia da morte da menina Isabella, no Fórum de Santana, na Zona Norte. A emoção de Nardoni durante o interrogatório sensibilizou os jurados. Ele afirmou que lutou para que a filha nascesse e que não seria capaz de tal ato. O réu, assim como Anna Carolina Jatobá, são acusados de homicídio triplamente qualificado por motivo torpe, meio cruel e impossibilidade de defesa da vítima. Isabella foi espancada, sufocada e atirada pela janela do 6; andar do Edifício London, em março de 2008.

O juiz Maurício Fossen iniciou o depoimento às 11h30 e fez perguntas técnicas a Nardoni. Fossen quis saber como se deu a prisão e se ele havia sido bem tratado pelos delegados que cuidaram do caso. Nardoni reclamou que foi mal tratado pelos policiais e que, durante todo o momento em que esteve na delegacia para prestar o primeiro depoimento até a sua prisão, ele foi, por diversas vezes, hostilizado pelos delegados. Segundo Alexandre Nardoni, os delegados o chamaram de assassino e vagabundo e o ameaçaram dizendo que ele seria preso por matar a própria filha.

O promotor Francisco Cembranelli foi irônico durante todo o tempo em que fez perguntas ao pai de Isabella, obrigando o juiz Maurício Fossem a intervir e até a repreendê-lo por mais de oito vezes. Cembranelli perguntou por que ele, Nardoni, dava apenas R$ 250 de pensão à filha, uma vez que era cercado por luxo. O réu chorou por diversas vezes. O promotor se aproximou de Nardoni e perguntou por que ele não escondia o rosto enquanto chorava, parecendo apenas demonstrar tristeza para comover o júri. Neste momento, o juiz indeferiu o comentário e pediu para que Cembranelli apenas fizesse perguntas diretas e não acusações.

Nardoni também foi questionado se havia tentado passar a cabeça pelo buraco na tela da janela da qual Isabella caiu. O pai da menina disse que "não dava". Cembranelli, mais uma vez com ironia, perguntou: "A sua cabeça tem meio metro, por acaso?". Tanto o juiz quanto a defesa se irritaram com a pergunta e novamente o promotor teve sua fala indeferida.

Entenda o caso
O julgamento do casal Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá começou na segunda-feira (22/3). Isabella Nardoni tinha 5 anos quando foi encontrada no jardim do prédio onde moravam o pai e a madrasta, na Zona Norte de São Paulo, em 29 de março de 2008. Segundo a polícia, ela foi agredida, asfixiada, jogada do sexto andar do edifício. A menina morreu após socorro médico.

Desde então, Anna Carolina Jatobá e Alexandre Nardoni são acusados de homicídio triplamente qualificado por motivo torpe, meio cruel e impossibilidade de defesa da vítima. No entanto, o casal sempre negou as acusações e sustenta que o crime foi cometido por uma terceira pessoa que invadiu o apartamento.

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