postado em 27/03/2010 09:03
Em greve há 19 dias, os professores da rede estadual de São Paulo entraram em confronto com policiais militares no fim da tarde de sexta-feira quando tentavam seguir em passeata até o Palácio dos Bandeirantes, sede do governo do estado. Segundo a própria PM, quatro manifestantes e uma policial foram feridos. Antes da confusão, os grevistas haviam aprovado, por unanimidade, a continuação da paralisação. A assembleia foi realizada em frente ao estádio do Morumbi, na Zona Sul da capital. Apesar de o Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp) afirmar que 20 mil pessoas participaram do protesto, a PM estimou em três mil os manifestantes.Logo em seguida à votação que manteve a greve, uma comissão foi convidada pela Secretaria de Educação para uma reunião no Palácio, em que seria discutida uma nova tentativa de acordo. Decididos a acompanhar o grupo, os grevistas tentaram furar o bloqueio feito pela PM, que proíbe a realização de manifestações em frente à sede do governo. Assim que começaram a caminhada, foram impedidos pelos policiais. Inconformados, alguns professores jogaram pedras e paus contra os policiais, que reagiram com tiros de bala de borracha e bombas de efeito moral. Pelo menos quatro professores e uma PM foram feridos no confronto. Após dispersar o tumulto, a Tropa de Choque formou barreiras para impedir a passagem do carro de som da Apeoesp.
Reivindicações
A categoria pede aumento salarial de 34,3%, além da incorporação de gratificações ao salário base e da criação de um plano de carreira, entre outros pontos. Eles pedem ainda a revogação da Lei n; 1041, que limita a seis o número de faltas abonadas anualmente. Segundo o governo, a medida diminuiu em 60% o número de faltas na rede estadual.O secretário-adjunto de Educação, Guilherme Bueno, disse aos professores que uma eventual negociação só será iniciada caso a greve seja encerrada. Em nota, a Secretaria explicou que ;não mudará nenhum dos programas que são combatidos pelo sindicato, como o de Valorização pelo Mérito, que dá aumento de 25% de acordo com o resultado de uma prova, a lei que acabou com a possibilidade de faltar dia sim, dia não; e a criação da Escola Paulista de Professores, com a abertura de concurso para dez mil novas vagas;.
Os docentes já marcaram para as15 horas da próxima quarta-feira, 31, na Avenida Paulista, um novo encontro para debater os rumos do movimento.