Brasil

Rumos da educação na maioridade começam a ser esboçados em conferência nacional

Luiza Seixas, Danielle Santos
postado em 28/03/2010 08:51
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ministro da Educação, Fernando Haddad, abriem hoje a Conferência Nacional de Educação (Conae), que tem como objetivo debater o novo Plano Nacional de Educação (PNE) para estabelecer as metas a serem alcançadas entre 2011 e 2020. Além disso, o encontro ; que vai até o dia 1; de abril ; deve fazer um diagnóstico do atual momento da educação brasileira. A avaliação mais recente do PNE, relativa ao período de 2001 a 2008, revelou que o país havia cumprido apenas 33% das 294 metas estabelecidas ; resultado considerado insatisfatório. A meta para o analfabetismo, por exemplo, era de chegar a 2008 com, no máximo, 3,1 milhões de brasileiros sem saber ler e escrever. A última Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), porém, confirma que o Brasil tem hoje 14,2 milhões de pessoas (acima de 15 anos) sem qualquer instrução.

O Ministério da Educação (MEC) informa que está empenhado em implementar políticas que contribuam para a educação de jovens, adultos e idosos. ;Nesse sentido, temos procurado avançar nas questões relativas à qualificação da oferta e à aproximação da educação com aquilo que é demandado por esse público. Ouvir qual o interesse dessas pessoas é fundamental para assegurar um processo de educação que continue ao longo da vida delas;, afirma o diretor de Políticas de Educação de Jovens e Adultos do MEC, Jorge Luiz Teles.

Preocupado em fazer valer o texto constitucional, que assegura a educação básica para todos, o MEC tem investido em programas como o Brasil Alfabetizado (PBA), cujo público-alvo são cidadãos com 15 anos ou mais. ;Hoje, mais de 1,5 milhão de jovens, adultos e idosos são atendidos. No ciclo 2009 do programa, tivemos cerca de 1.300 entidades parceiras, compreendendo mais de 3.800 municípios. Em 2010, os parceiros do programa já sinalizaram que vão atender mais de 2 milhões de pessoas;, adianta Teles.

Prazos

Para um avanço mais expressivo, o diretor da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação, Carlos Eduardo Sanches, defende que o próximo plano não tenha um número tão grande de metas e, sim, prazos cumpridos à risca. ;Dessa forma, poderemos priorizar o problema do analfabetismo e alcançar nossas metas. Além disso, conseguiremos resgatar a dignidade dessas pessoas que, ao longo da vida, não tiveram oportunidade de ir à escola. Nunca é tarde para garantir a elas o acesso à leitura e à escrita.;

Sanches destaca ainda a questão do acesso à educação, precário sobretudo nas áreas rurais. Segundo ele, não adianta apenas ofertar a escola ; é preciso que se faça um planejamento que garanta a presença dos brasileiros nas salas de aula. ;As pessoas da área rural, por exemplo, trabalham o dia todo na lavoura e não querem ter que andar mais 30 quilômetros para ir ao colégio. Precisamos de medidas específicas para atender o analfabetismo, compreendendo as diferenças que existem no país;, afirma.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação