postado em 29/03/2010 08:46
São Paulo ; Os advogados de defesa de Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá vão entrar hoje com pedido de protesto por novo júri. No sábado, logo após o anúncio da sentença, eles haviam pedido recurso de apelação contra a decisão do juiz Maurício Fossen. Culpados pelo assassinato da pequena Isabella há exatos dois anos, o pai foi condenado a 31 anos de cadeia e a madrasta a 26.Os advogados dos Nardonis poderão voltar à Justiça de São Paulo derrotados. Desde que o Código de Processo Penal foi modificado em agosto 2008, proibindo o benefício de um novo julgamento para os condenados a pena superior a 20 anos, a Justiça de São Paulo vem indeferindo pedidos de protesto por um segundo juri. ;Ao dar a pena superior aos 20 anos, o juiz já sinaliza pelo indeferimento do pedido pelo novo julgamento;, diz o jurista Antônio Gonçalves.
O advogado criminalista Marcelo Carvalho de Souza, acredita que eles mereçam um novo julgamento porque a lei que prevalecia na época do crime, em 29 de março de 2008, é a que deve ser aplicada. ;Pedir um novo júri é um caminho natural, mas nada garante que ele vá ocorrer. O que se sabe mesmo é que a Justiça de São Paulo vai negar por entendimento;, ressalta.
Suzanne von Richthofen, 26 anos, que matou os pais em 2002 com ajuda do namorado e do irmão dele, foi condenada pelo júri popular a passar 39 anos na cadeia. Seus advogados pediram novo julgamento e, quatro anos depois, o pedido ainda se arrasta na Justiça de São Paulo. O relaxamento de pena, a que Suzane teria direito, vem sendo negado.
Visitas
Os pais de Alexandre Nardoni e de Anna Carolina Jatobá fizeram visitas aos filhos condenados. O primeiro a chegar foi Alexandre Jatobá, pai da madrasta. Para se proteger dos fotógrafos e cinegrafistas, usou capuz e casaco. Carregava duas sacolas. Segundo relatos de agentes penitenciários, Anna Jatobá estava mais calma no domingo e demonstrou até alegria quando recebeu o pai na sala de visitas.
Os pais de Alexandre chegaram na penitenciária de Tremembé mais tarde. Levaram várias sacolas com roupas e mantimentos. Na entrada, reclamou da punição aplicada ao filho. ;A pena estava dosada há dois anos. É difícil acreditar em alguma coisa neste país. Mas nós acreditamos;, disse Antônio Nardoni, referindo-se à possibilidade de um novo julgamento para o filho.
Os familiares de Isabella vão realizar numa paróquia de São Paulo uma missa para lembrar os dois anos da morte da garota. No domingo, a mãe, Ana Carolina Oliveira, foi com o irmão levar rosas ao túmulo dela, na Serra da Cantareira.