Brasil

Niterói procura desaparecidos em deslizamentos de terra

postado em 07/04/2010 17:31
A chuva deu uma trégua hoje (7) em Niterói, região metropolitana do Rio, mas continua intenso o trabalho de moradores e funcionários da prefeitura. Eles tentam encontrar pessoas desaparecidas nos deslizamentos, desobstruir ruas interditadas por pedras ou terra e retirar a lama de casas e calçadas. Pelo menos R$ 14 milhões serão necessários para reparar os estragos e remover famílias de áreas de risco, segundo a prefeitura do município.

Niterói é o município mais afetado com as últimas chuvas no estado. Até agora, o saldo é de pelo menos 60 mortos (a maioria soterrados), 1,1 mil desabrigados, bairros sem energia elétrica , ruas com alagamentos ou com trechos interditados.

O prefeito Jorge Roberto da Silveira disse que o temporal dos últimos dias pegou a cidade despreparada. Por isso, equipes da Defesa Civil do município do Rio reforçam as buscas e o trabalho de conservação. ;Foram mais de trinta pontos atingidos e é evidente que o Poder Público não estava preparado por uma razão muito simples: isso nunca aconteceu;, afirmou, após reunião com o governador Sérgio Cabral e o ministro da Integração Nacional, João Santana.

No bairro Fonseca, próximo ao centro, os moradores não abandonaram suas casas e correm risco. William Marra, 40 anos, tenta limpar a casa com a ajuda da mulher, depois que muito barro rolou de um morro sobre sua residência. O advogado culpa os donos do terreno vazio ao lado de casa e a prefeitura, que ainda não retirou o barro que ameça derrubar seu muro.

;Às três horas da manhã (de terça), o morro cedeu e invadiu a casa. Tivemos que sair de casa com as crianças debaixo de chuva, na escuridão, porque para piorar ainda faltou luz. Se não fosse os vizinhos me socorrerem, estava perdido;, lembrou.

Em Santa Rosa, bairro próximo, as chuvas fizeram vítimas em muitos morros. Uma moradora, que preferiu não se identificar, contou que na madrugada de terça-feira (6) ouviu a terra rolar sobre muitas casas. ;Estava na sala vendo televisão quando os vizinhos começaram a gritar que os barracos estavam caindo. Daí, veio o barulho e a terra levou tudo.;

Os comerciantes não retomaram a rotina. Lojas de regiões afetadas estão com lama, terra e água que ainda escorre para a porta. ;Estamos aqui, mas com o movimento prejudicado. Toda vez que chove, acontece isso;, contou o comerciante Jorge Ribeiro, dono de uma loja de produtos elétricos, em Santa Rosa.

O prefeito Roberto da Silveira contabiliza 320 famílias em área de risco e reforça o pedido para que deixem suas casas e se instalem provisoriamente nas escolas municipais. A ideia da prefeitura é construir novas moradias ou indenizas as famílias com os R$ 14 milhões que serão pedidos ao governo estadual e ao governo federal. O município pretende decretar estado de calamidade.

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