postado em 07/04/2010 19:37
Os bombeiros prosseguem com as buscas de desaparecidos no deslizamento de terra que atingiu o Morro dos Prazeres, na zona norte do Rio de Janeiro. Pelo menos 17 corpos foram retirados debaixo da terra e de escombros na favela. Um deles no final da tarde de hoje (7).Segundo os bombeiros, 16 casas vieram abaixo. A estimativa é que o número de vítimas pode ser maior do que 40. A casa de Helena Cristina Delfim, de 32 anos, chegou a ser parcialmente afetada pelo deslizamento, que aconteceu na manhã de ontem (6).
Helena contou que nove pessoas estavam na casa na hora do acidente. Seu sobrinho, de sete anos, chegou a ficar sob os escombros, depois que a cozinha e o banheiro da casa desabaram. ;Minha mãe ouviu um barulhão e saiu correndo da cozinha. Quando ela chegou na sala, deu falta do meu sobrinho, ele já estava coberto de entulho. Aí ela começou a gritar o nome dele. Meu padrasto então voltou e começou também a gritar o nome dele. Aí ele falou: oi, vô. Eu estou aqui;.
Ela disse que o resgate do menino foi difícil porque ele estava preso sob os escombros. A criança sobreviveu e, depois de ser removida debaixo dos entulhos, foi encaminhada ao hospital com escoriações.
A história de Nedson da Costa Nunes, de 37 anos, que mora há 11 anos no Morro dos Prazeres, foi de auxílio as vítimas. Ele conta que foi acordado na manhã de ontem (6) com um pedido de ajuda. Ficou sabendo que havia ocorrido um grande deslizamento de terra e era preciso voluntários para socorrer as vítimas.
;Eu rapidamente coloquei uma bota e subi com a roupa que estava. Cheguei aqui já tinham resgatado umas duas ou três pessoas. Não tinham ferramentas ainda. Nós mesmos começamos a pegar as ferramentas e iniciamos o resgate. Tiramos um rapaz com vida, mas a perna dele estava machucada, então ele perdeu muito sangue e morreu aqui no chão. Outra senhora quebrou as duas pernas, colocamos ela no carro e levamos para o [hospital] Souza Aguiar. Só depois chegaram os bombeiros;.
O Morro dos Prazeres foi o local onde morreram mais pessoas no Rio, devido às chuvas que atingem o estado desde segunda-feira (5).