postado em 08/04/2010 07:00
Filho de família simples, o maranhense Danilson Almeida Silva, 18 anos, sempre se dedicou aos estudos na esperança de ter uma vida melhor. Em dezembro passado, deixou os pais em Caxias (MA) para prestar vestibular na capital federal. Nas primeiras semanas de aula como bolsista pelo Programa Universidade para Todos (ProUni), no curso de ciência da computação da Universidade Católica (UCB), ele recebeu o convite do Ministério da Educação para cursar a graduação na Espanha. Não pensou duas vezes. ;Aceitei na hora;, conta. ;É meio inacreditável, nunca imaginei sair de uma escola pública do Maranhão para uma universidade fora do país.; Danilson e outros nove bolsistas do ProUni embarcarão para Salamanca na próxima segunda-feira.Depois de passar pouco mais de três semanas em Brasília para resolver questões burocráticas e para fazer um curso intensivo de Língua Espanhola, os jovens selecionados voltam hoje às suas cidades natais para se despedir dos familiares. Naturais da Bahia, de Minas Gerais, do Espírito Santo, de São Paulo e do Paraná, os estudantes foram os mais bem colocados no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2009 em sete áreas específicas: farmácia, engenharia química, engenharia civil, ciência da computação, comunicação social, matemática e pedagogia. Além de virem de famílias de baixa renda, eles cursaram todo o ensino médio em escolas públicas ou em particulares com bolsa integral e atingiram notas entre 750 e 790 no Enem. O mínimo estabelecido pelo ProUni é 400.
O grupo ficará hospedado em casas de famílias e terá aulas de espanhol até setembro, início do ano letivo universitário. Até lá, receberá bolsa de 900 euros da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), ligada ao Ministério da Educação brasileiro. Ao fim dessa temporada, passará a ganhar 11,8 mil euros anuais do Banco Santander e terá de procurar nova moradia. Será a primeira experiência de bolsistas do ProUni na Espanha. Firmada em janeiro, a parceria entre o MEC e a Universidade de Salamanca deve continuar com 10 bolsas anuais pelos próximos três anos. O ministério está em fase de diálogo com outras instituições da Europa e dos Estados Unidos para que mais bolsas sejam concedidas.