Curitiba ; A paralisação dos servidores do Ministério do Trabalho, deflagrada na última terça-feira (6/4) no Paraná, ainda não está afetando, em Curitiba, a emissão e entrega de carteiras de trabalho, pedidos de seguro-desemprego e as homologações de rescisões trabalhistas, na avaliação do Comando Estadual de Greve.
Segundo Gilberto Félix, servidor integrante do comando, o sindicato da categoria decidiu que não haverá piquetes ou manifestações públicas e as pessoas podem entrar a qualquer momento nas agências do ministério. ;Atualmente, uma carteira de trabalho demora em média 30 dias para ficar pronta, mas é porque os equipamentos são obsoletos, são poucos servidores contratados e as condições do prédio são precárias. Se fôssemos uma empresa privada, já teríamos sido interditados devido a diversas questões que incluem, inclusive, segurança;, denuncia.
Em todo o estado, o ministério tem cerca de 200 servidores. De acordo com Félix, em Curitiba, 30% aderiram à greve, em Ponta Grossa a adesão é de 100% e em Foz o Iguaçu, é de 90%. O comando de greve vai visitar outras regiões do estado ; Cascavel, Maringá e Londrina ; com o objetivo de ampliar o número de adesões à mobilização.
Os trabalhadores reivindicam a criação de um plano de carreira específico e independente de outros órgãos. Atualmente, a categoria está atrelada aos servidores da seguridade social, que engloba ainda funcionários do Ministério da Saúde, da Fundação Nacional da Saúde (Funasa) e do Ministério da Previdência. Segundo Félix, os servidores do Ministério do Trabalho têm o menor salário do serviço público do país. ;Um concursado de nível médio começa a trabalhar, hoje, com uma remuneração de R$ 1,9 mil e, para os de nível superior, o salário está em torno de R$ 2,1 mil;.
No ano passado, de novembro a dezembro, os servidores do Ministério do Trabalho fizeram uma greve que durou 40 dias. ;Agora, é por tempo indeterminado e só voltaremos quando o governo decidir negociar nossa pauta de reivindicações;, disse o servidor.
A categoria pede ainda jornada de trabalho com atendimento de 12 horas, em dois turnos de seis horas, e que as gratificações sejam imediatamente incorporadas aos salários. Eles reivindicam também melhores condições de trabalho, com a melhoria dos prédios onde as unidades do ministério estão sediadas e paridade de reajuste entre ativos e aposentados.