Brasil

Investimento público em ensino é fundamental, reforça economista da FGV

postado em 08/04/2010 15:58

Rio de Janeiro - O chefe do Centro de Políticas Sociais (CPS) do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV), economista Marcelo Néri, considera importantes as ações de responsabilidade social corporativa e das organizações não governamentais voltadas à juventude. No entanto, enfatiza que o futuro dos jovens brasileiros depende muito da quantidade e, principalmente, da qualidade dos investimentos públicos.

Ele participa na tarde de hoje (8) do painel que vai debater o perfil do jovem no Brasil em 2020, durante o 6; Congresso Gife sobre Investimento Social Privado, que ocorre no Rio de Janeiro até amanhã (9). Segundo Néri, mais de 97% das crianças e jovens entre 7 e 15 anos no país estão na escola e 90% estão em instituições de ensino públicas, ;que são muito piores do que as privadas;.

Nas escolas públicas, em uma escala de zero a dez, a nota média do aprendizado é 3,6, e nas privadas, 6. A média brasileira é 3,8, informa Néri. A meta estabelecida pela sociedade e pelo Ministério da Educação é alcançar nota 6 - média dos países da Organização para Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) ; nas instituições públicas de ensino do Brasil até 2021.

;É um desafio grande. Acho que a gente não sabe a resposta para isso ainda. Não dá para ser otimista pelo passado histórico que temos de não avançar na questão da educação, principalmente a qualidade da educação;, afirma. O futuro dos jovens depende da capacidade dos brasileiros de atingir essa meta, reiterou o economista. ;Essa é a grande agenda da próxima década;.

Néri diz não ter visto nos discursos dos candidatos à Presidência da República, até agora, nenhuma manifestação a esse respeito. Um grande desafio para o futuro é colocar os jovens no ensino médio, além de melhorar a qualidade dos serviços de educação prestados, acrescenta o economista.

;A agenda da próxima década é a da qualidade da educação. É o primeiro passo para mudar alguma coisa. O segundo passo é saber para onde você quer ir;, observa Néri. Para ele, o fato de haver metas pode ajudar nesse processo, embora não seja suficiente para fazer uma revolução no ensino.

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