postado em 13/04/2010 19:40
O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) rebateu, por meio de notas, as declarações da presidente da Confederação Nacional da Agricultura (CNA), Kátia Abreu, que protocolou no Ministério da Justiça, na manhã de hoje (13), um pedido de ação da para que a Polícia Federal e a Polícia Rodoviária Federal atuem para reprimir as ações do Abril Vermelho. Em nota, o MST destacou que as propostas apresentadas pela senadora ;pretendem mais uma vez criminalizar as lutas sociais e impedir o avanço da Reforma Agrária;.
O MST ainda acusa a senadora de ter obtido suas fazendas após um golpe contra camponeses. ;Em relação às ocupações de terras, a senadora Kátia Abreu deveria dar um exemplo e devolver duas fazendas de 2.500 hectares, no município de Campos Lindos (TO), que ela invadiu depois de um golpe contra camponeses, em 2002.
A senadora apresentou hoje (13) no Ministério da Justiça um documento pedindo ações duras para reprimir as ações organizadas pelo MST, como as atividades do Abril Vermelho. Entre as ações está o uso da Polícia Rodoviária Federal e da Polícia Federal para identificar e reprimir as ocupações antes que elas aconteçam.
A senadora pretende propor o que ela chamou de Plano Nacional de Combate às Invasões. Segundo ela, o plano conteria ações análogas ao combate à pirataria e ao crime organizado. Kátia Abreu chegou a classificar as ações do MST como ;ações terroristas; e defendeu a criminalização do movimento. ;São 13 anos de Abril Vermelho e 25 anos de MST. É tempo suficiente para criminalizar esse movimento que já atingiu a maioridade faz tempo;, disse a ruralista.
Além de pedir o endurecimento de ações do governo em relação ao MST, Kátia Abreu disse que a CNA irá contratar assistência jurídica para acompanhar os processos de reintegração de posse. O objetivo é pressionar o Judiciário e mapear as principais lideranças do movimento de trabalhadores.
O Abril Vermelho é uma ação organizada pelo MST que exige o assentamento de pelo menos 90 mil famílias que vivem em acampamentos e para isso promove ocupações de terras. O movimento faz parte da Jornada Nacional de Luta pela Reforma Agrária e rememora o Massacre de Eldorado de Carajás, no qual 19 pessoas foram mortas, em 17 de abril de 1996, no Pará.
Em Pernambuco, as ocupações de terras começaram no último domingo e já somam 16. Na Paraíba já existem cinco áreas invadidas. Na Fazenda Mubamba do Rangel no município de Santa Rita houve conflito. As famílias tiveram suas barracas destruídas por aproximadamente 12 seguranças do fazendeiro Eurico Rangel. De acordo com o MST, a situação está tensa na fazenda que já foi ocupada pelo MST quatro vezes.
Também já há áreas ocupadas em Alagoas e em São Paulo. Hoje, pela manhã, cerca de 150 famílias invadiram a Fazenda Monte D;Este, na região da Grande Campinas e a fazenda Guaçaí, em Taubaté, na região do Vale do Paraíba. Os casos de ocupação se proliferam no país.