Rio de Janeiro - O traficante colombiano Nestor Ramón Chaparro, preso nesta sexta-feira (16) no Rio de Janeiro, usava contêineres para embarcar cocaína para os Estados Unidos, de acordo com o chefe da Delegacia Federal de Repressão a Entorpecentes no estado, João Luiz Caetano de Araújo.
Segundo o delegado, é provável que o criminoso usasse os portos de Santos e do Rio de Janeiro.
De acordo com a Polícia Federal, Chaparro usa o Brasil como entreposto para enviar a droga da Colômbia para os EUA desde o final dos anos 90. Quando foi preso hoje em um apartamento na zona sul da cidade, ele se preparava para embarcar mais um carregamento de cocaína.
Chaparro era procurado pela polícia norte-americana pelo menos desde 2001, quando foi indiciado pela Justiça de Nova York por tráfico de drogas e lavagem de dinheiro. Segundo a Polícia Federal, ele era um dos principais traficantes colombianos e chegou a enviar, em apenas um ano, cinco toneladas de cocaína para os EUA, a partir do Brasil.
;Ele era um dos quatro maiores traficantes da Colômbia e era tido como [um criminoso] do nível de Juan Carlos Abadía, preso em 2007 [também no Brasil]. Então, acredito que sua prisão vai ser um grande baque no comércio de drogas para os cartéis colombianos;, disse o delegado.
[SAIBAMAIS]Chaparro foi preso com sua namorada venezuelana, que está grávida. Segundo a Polícia Federal, a mulher disse desconhecer que seu namorado era traficante de drogas. Ainda de acordo com a PF, o colombiano assumiu que sabia estar sendo procurado e disse que tinha planos de fazer um acordo para se entregar à polícia.
A Polícia Federal acredita que Chaparro não tinha qualquer relação com as quadrilhas de venda de drogas no varejo que controlam as favelas do Rio de Janeiro, já que estava voltado apenas para o tráfico internacional. O mandado de prisão do traficante foi expedido pelo Supremo Tribunal Federal (STF), a partir de um pedido de extradição feito pelo governo norte-americano.
A prisão de Chaparro foi feita pela Polícia Federal brasileira, mas contou com a participação de agentes da Agência Antidrogas dos Estados Unidos, a DEA, e da Agência de Imigração e Alfândega norte-americana, a ICE. O delegado João Luiz Caetano disse que a participação dos americanos foi apenas como observadores, já que eles não podem atuar como policiais em território nacional.