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Polícia faz apreensões e descreve ação da quadrilha que pode ter matado empresários em BH

Thiago Ventura
postado em 16/04/2010 21:08
Agentes da Divisão de Crimes contra a Vida da Polícia Civil cumpriram nesta sexta-feira mandados de busca e apreensão nas casas de suspeitos de participar da morte de dois empresários, na Grande BH. Rayder Rodrigues e Fabiano Ferreira Moura foram mortos, decapitados e tiveram os corpos parcialmente queimados. [SAIBAMAIS]Entre os materiais apreendidos nas diligências dos investigadores, destacam-se diversos vídeos e livros sobre violência e tortura, incluindo uma publicação sobre a Gestapo, polícia secreta nazista. Os títulos foram encontrados na casa do estudante de Direito Frederico Costa Flores, suposto chefe da quadrilha. Os vídeos e livros teriam servido para ensinar ao suspeito como mutilar suas vítimas. %u201CÉ um rapaz perverso, de grande periculosidade. Alguém que esfaqueia a vítima e depois de matá-la, corta os dedos e a cabeça na frente dos comparsas, só pode ser um psicopata. É um indivíduo frio e manipulador%u201D, afirmou o delegado Édson Moreira, chefe da Divisão de Homicídios. A Polícia Civil divulgou laudo feito com as pistas colhidas no apartamento de Frederico, no bairro Sion. O teste feito com a substância luminol confirmou que as vítimas foram mortas no local e, depois, desovadas na BR-040. Assista a entrevista exclusiva com o delegado Édson Moreira:
Confira trechos da coletiva:
Também nesta sexta-feira, aconteceu o depoimento da médica Gabriela Ferreira, que seria namorada de Frederico. A médica se apresentou à polícia e foi presa. Ela falou durante horas no Departamento de Investigações, já com o uniforme de presidiária. A médica teria colaborado indiretamente no crime e presenciado sessões de tortura. %u201CEle (Frederico) teria prometido montar uma clinica para ela, mas acabou manipulando a moça. Certa vez, devido a um ciúmes, ele ameaçou matar toda sua família, inclusive o seu cachorro de estimação, revelou Moreira. Ao todo, seis pessoas foram presas suspeitas de envolvimento no duplo homicídio. O grupo faria parte de uma quadrilha que atuava com extorsão e lavagem de dinheiro. Cabeças Recomeçam nesta sábado as buscas pelas cabeças e dedos amputados dos empresários Rayder Rodrigues e Fabiano Ferreira Moura. Na tarde desta sexta, policiais civis e 14 bombeiros fizeram uma varredura na mata abaixo do Viaduto da Mutuca, na BR-040, em Nova Lima. Relatos de testemunhas, confrontados aos depoimentos colhidos levam a crer que foi nesse local que os suspeitos jogaram os restos mortais das vítimas. Cães farejadores foram utilizados no trabalho, mas as equipes não tiveram sucesso. Veja a cronologia do crime: 7/4 - Quarta-Feira O garçom norte-americano Adrian Gabriel Grigorcea leva seu genro Rayder Rodrigues até o apartamento de Frederico Costa Flores Carvalho, no Bairro Sion, Região Centro-Sul. Lá, o dono do imóvel, Frederico Flores, com dois supostos policiais, armados, teriam amarrado, ameaçado e torturado Rayder para conseguir informações sobre contas bancárias de suas lojas, afim de conseguir dinheiro da vítima. 8/4 - Quinta-Feira Além de um dos policiais e de Frederico, um advogado e uma médica também estariam no apartamento e, à frente do computador, Rayder era obrigado a conseguir mais dinheiro com seu sócio, Fabiano Ferreira Moura, por meio de um programa de mensagens instantâneas e de um contato chamado Marcinho (Márcio Henrique Macedo de Paula). 9/4 - Sexta-Feira Rayder foi obrigado a sacar R$ 6 mil num banco e, em seguida, R$ 22 mil em outro. O dinheiro teria sido entregue a Frederico. No mesmo dia, seu sócio, Fabiano, foi levado ao apartamento e obrigado a entregar documentação de seu carro, o que não foi feito. Os dois policiais então o levaram para um quarto, apagaram a luz e o enforcaram. Depois disso, Rayder teria sido drogado e Frederico teria o esfaqueado repetidas vezes no peito e nas costas. Os dedos das vítimas teriam sido cortados e as cabeças, enroladas em lonas plásticas 10/4 - Sábado Os corpos foram jogados perto da BR-040, na estrada da Fazenda Rio de Peixe, em Nova Lima, na Grande BH. Em seguida, os autores teriam lavado os carros e o imóvel. Depois, foi feito num churrasco no apartamento. À tarde, seguranças de uma mineradora ligaram para a PM ao encontrar os dois corpos, carbonizados. 12/4 - Segunda-Feira De manhã, ao chegar no apartamento de Frederico, Adrian foi obrigado sacar todo dinheiro que tinha sido transferido para sua conta dias antes, o que totalizaria cerca de R$ 150 mil. Mas, na agência, teve autorização para retirar apenas R$ 6,5 mil e fez programação para sacar R$ 70 mil no dia seguinte. Ao sair, teria sido obrigado por Frederico a avisar onde estava de hora em hora. 13/04 - Terça-Feira De madrugada, Márcio Henrique Macedo de Paula e Christian Ribeiro de Oliveira se encontraram com Adrian, que confessou participação na ocorrência, e decidiu fazer denúncia com medo de ser morto. Pela manhã, a PM montou um operação para prisão, em flagrante, de quatro dos suspeitos 14/04 - Quarta-Feira Às 4h, depois de 16 horas de depoimento, os suspeitos são levados para o Ceresp São Cristóvão e o cabo, entregue à Corregedoria da Polícia Militar 15/04 - Quinta-Feira Dois suspeitos citados no boletim de ocorrência se apresentaram no Departamento de Investigações para prestar depoimento e colaborar no esclarecimento do caso (Colaborou Ivan Satuf/Portal Uai)

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