postado em 22/04/2010 12:30
Um dos acusados de pichar a estátua Cristo Redentor, o pintor de paredes Paulo Souza dos Santos, 28 anos, se entregou por volta das 11h desta quinta-feira (22/4) à polícia, na Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente, em São Cristóvão, zona norte do Rio de Janeiro, onde ele prestou depoimento e foi liberado em seguida. O pintor será indiciado e pode ser preso a qualquer momento.A confissão
Paulo dos Santos confessou nesta quarta-feira (21/4), ter cometido a agressão contra um dos mais emblemáticos cartões postais do Rio de Janeiro na noite de 14 de abril.
De acordo com o pastor Marcos Pereira da Silva, que realiza trabalhos de evangelização em favelas e é dirigente da Igreja Assembleia de Deus dos Últimos Dias, seu advogado, Alexandre Magalhães, procurou a Delegacia de Repressão a Crimes contra o Meio Ambiente e Patrimônio Histórico da Polícia Federal e acertou que entregaria um dos acusados à polícia na segunda-feira. Mas o pintor resolveu se entregar nesta quinta, antes do combinado. A informação foi divulgada ontem pelo pastor a quem Paulo procurou para ter ajuda. ;Ele está arrependido e isso deve ser levado em consideração;, diz o religioso.
Além de Paulo, a polícia apontou Edmar Batista de Carvalho, 26 anos, como o outro pichador do monumento. Os responsáveis pelo vandalismo serão acusados por crime ambiental e injúria discriminatória e, se condenados, podem pegar até quatro anos de prisão.
O crime
A estátua do Cristo Redentor apareceu pichada na manhã do última quinta-feira (15/4) em parte dos braços e na face. No monumento, os vândalos deixaram as frases: ;Onde está a engenheira Patrícia;, em referência ao misterioso desaparecimento da engenheira Patrícia Amiero, e ;Quando os gatos saem os ratos fazem a festa;. No dia 20 de abril, a polícia divulgou fotos de dois suspeitos de terem pichado o Cristo.
Liberação
O acesso rodoviário ao Morro do Corcovado e ao Cristo Redentor, que estava fechado havia duas semanas, reabriu na manhã de ontem. O ponto turístico foi interditado desde que as fortes chuvas do início de abril provocaram deslizamentos de encostas e bloquearam os acessos ao Parque Nacional da Tijuca.
Por enquanto, o acesso está aberto apenas aos veículos de turismo e a táxis. Os carros de passeio terão que estacionar fora da entrada do parque, na Rua Almirante Alexandrino. O horário de fechamento dessa parte do parque também foi antecipado das 18h para as 17h. Além disso, o trem do Corcovado continua fechado. Segundo o chefe do parque, Bernardo Issa, a visitação será interrompida caso haja sinais de chuva.
;A gente abriu com base em laudos da Geo-Rio (empresa de geotecnia do Rio) e da Defesa Civil, e estamos seguindo as recomendações desse laudo, como não ter trânsito muito grande dentro do parque. Além disso, a gente diminuiu o horário de visitação em uma hora para que não haja trânsito noturno na estrada. Outra medida é, a qualquer sinal de chuva, impedir a visitação;, disse Issa.